Eficácia da vitamina D pode depender do índice de massa corporal
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Cientistas descobriram novas evidências de que a vitamina D pode ser metabolizada de maneira diferente em pessoas com um índice de massa corporal (IMC) elevado. Para chegar a essa informação, o grupo analisou os dados de 16.515 participantes de um estudo anterior, concentrado em verificar a relação entre o uso de vitamina D e uma possível redução do risco de câncer, doenças cardíacas ou AVC.
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Essa análise dos dados descobriu que a suplementação de vitamina D se correlacionava com efeitos positivos em vários resultados de saúde, mas apenas entre pessoas com IMC abaixo de 25, o que sugere algo diferente acontecendo com o metabolismo da vitamina D em pesos corporais mais altos.
A vitamina D atua no controle da absorção do cálcio e do fósforo pelo organismo. Basicamente, é ela que permite que estes minerais sejam absorvidos pelos ossos, regulando a quantidade de cálcio que circula no sangue, além de ajudar a proteger contra a perda de massa óssea e ajudar os músculos a funcionarem.
Nesse novo estudo, os pesquisadores mediram os níveis de vitamina D total e livre, bem como muitos outros novos biomarcadores de vitamina D, como seus metabólitos, cálcio e hormônio da paratireoide, que ajuda o corpo a utilizar a vitamina D. O grupo viu que a suplementação de vitamina D aumentou a maioria dos biomarcadores associados ao metabolismo da vitamina D nas pessoas, independentemente do peso. No entanto, esses aumentos foram significativamente menores em pessoas com IMC elevado.
“O estudo esclarece por que estamos vendo reduções de 30 a 40% nas mortes por câncer, doenças autoimunes e outros resultados com a suplementação de vitamina D entre aqueles com IMCs mais baixos, mas benefício mínimo naqueles com IMCs mais altos, sugerindo que pode ser possível alcançar benefícios em toda a população com uma dosagem mais personalizada de vitamina D", concluem os autores.
Benefícios da vitamina D
No último mês de dezembro, um estudo apontou que níveis elevados dessa vitamina no cérebro foram associados a chances 25% a 33% menores de demência e comprometimento cognitivo. A pesquisa ligou a deficiência de vitamina D com condições crônicas de saúde e morte precoce. Além disso, os cientistas descobriram que níveis mais altos da vitamina estavam associados a uma melhor função cognitiva, ou seja: uma memória mais forte.
Antes disso, um artigo concluiu que a vitamina D pode aliviar sintomas de depressão a curto prazo. Nos participantes que já haviam sido diagnosticados com depressão, os suplementos de vitamina D se mostraram mais efetivos do que os placebos no alívio de sintomas.
Fonte: JAMA Network Open via Science Daily