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É um risco deixarmos as crianças sem a vacina da covid, aponta infectologista

Por| Editado por Luciana Zaramela | 09 de Dezembro de 2021 às 13h40

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Garakta-Studio/Envato Elements
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É arriscado manter um grupo grande da população brasileira, como as crianças, sem acesso à vacinação contra a covid-19. Afinal, estas pessoas estão expostas ao coronavírus SARS-CoV-2 — incluindo a variante Ômicron (B.1.1.529) — e podem transmitir a doença. Além disso, a alta circulação do vírus pode favorecer novas mutações. É o que aponta a médica infectologista Natasha Ferreira, do Hospital Estadual de Serrana.

“É um risco manter um número tão grande da nossa população não imunizada. As crianças e adolescentes, além de estarem expostos, passam a ser vetores. E quanto mais o vírus se espalha, maior a chance de surgirem mutações e outras variantes, que talvez sejam resistentes às vacinas. Precisamos começar a vacinar crianças o mais rápido possível para garantir a segurança de todos nós”, defendeu a infectologista.

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"Em 2020, fazia sentido focar apenas na população adulta [durante a campanha de vacinação]. Era a população que tinha sido estudada [nos estudos clínicos dos imunizantes] e era a maior população", lembra Ferreira. Naquela época, vacinar os adultos era também proteger as crianças. No entanto, a situação brasileira se alterou nos últimos meses.

Hoje, parte significativa da população adulta já foi vacinada, mas crianças ainda são o último grupo de brasileiros a não receber imunização contra a covid-19. Dessa forma, são potencialmente os que mais correm riscos com as mutações do agente infeccioso.

"Conforme o vírus se espalha, se multiplica, mesmo através de casos leves [como é tendência entre as crianças], maior a chance dele sofrer alguma mutação e surgirem outras variantes", acrescenta a infectologista.

A fala da médica Natasha Ferreira ocorreu na quarta-feira (8), durante o CoronaVac Symposium. Esse é um evento internacional realizado pelo Instituto Butantan, com o apoio da farmacêutica chinesa, que busca discutir, de forma aberta e acessível, as evidências sobre eficácia e segurança desta vacina contra a covid-19, onde o Canaltech esteve presente.

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Questão da vacina em crianças no BR

Onde já se aplica vacina da covid em crianças?

Vale lembrar que, hoje, nenhuma vacina contra a covid-19 pode ser aplicada em crianças, na faixa etária de 5 a 11 anos, no Brasil. No caso específico da CoronaVac, seis países já iniciaram a vacinação dos menores de 18 anos. São eles:

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  • China
  • Chile
  • Equador
  • Hong Kong
  • Indonésia
  • Camboja
  • Colômbia

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou, em agosto deste ano, que mais dados seriam necessários para aprovar a CoronaVac para as crianças brasileiras. A justificativa foi de que o estudo apresentado tinha uma baixo número de participantes.

Após levantar mais dados, o Butantan deve fazer uma nova solicitação para o uso pediátrico na próxima semana, segundo informou a diretora de controle de qualidade de pesquisa e desenvolvimento do instituto, Patrícia Carneiro.

“Vamos apresentar um novo documento com dados da vacinação do Chile e da China, que utilizaram o imunizante CoronaVac em mais de 63 milhões de crianças. Os resultados comprovam a segurança e imunogenicidade da vacina na faixa etária de 3 a 18 anos”, detalhou Carneiro.

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A Anvisa analisa, neste momento, um pedido da farmacêutica norte-americana Pfizer para o público infantil. Caso a autorização seja concedida, esta vacina contra a covid-19 poderá ser aplicada em crianças na faixa etária de 5 a 11 anos.

Para conferir a participação completa da Natasha Ferreira e da Patrícia Carneiro, no CoronaVac Symposium, veja o vídeo a seguir, a partir do minuto 08:00: