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É possível escutar e acordar com o próprio ronco?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 16 de Abril de 2024 às 10h20

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Amenic181/Envato
Amenic181/Envato

Durante a noite, o ronco tende a ser um problema em milhões de quartos espalhados pelo mundo. Apenas na cidade de São Paulo, 42% das pessoas roncam pelo menos três vezes por semana, segundo dados do Instituto do Sono. Em comum, todos esses indivíduos dificilmente escutam o barulho produzido e, raramente, acordam por causa desses sons indesejados.

"A menos que alguém lhes diga, a maioria das pessoas que ronca não tem consciência disso", reforça a Sleep Foundation, nos Estados Unidos, em artigo. Esta incapacidade em se escutar está envolvida, muitas vezes, com truques que o cérebro adota para evitar incômodos. 

No entanto, há algumas exceções e, às vezes, as pessoas podem escutar o próprio ronco e ainda acordar com ele. Tudo vai depender do contexto e de inúmeros fatores.

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Quando escutamos o ronco?

“Algumas pessoas acordam após escutar o seu próprio ronco”, afirma Anita Valanju Shelgikar, médica neurologista e professora da Universidade de Michigan, para o site LiveScience. Geralmente, estes episódios envolvem a alta intensidade dos sons produzidos pela obstrução da respiração durante o sono, ou seja, um roncar muito alto.

Outro fator que permite uma pessoa escutar o próprio ronco é a fase do sono em que ela se encontra. Durante o sono REM (Movimento Rápido dos Olhos), um indivíduo pode despertar com maior facilidade. Dessa forma, “algumas pessoas têm maior probabilidade de ouvir seu próprio ronco durante o sono REM”, sugere Shelgikar.

A questão é que mesmo quando uma pessoa escuta e acorda com o próprio ronco, ela dificilmente ficará acordada por mais do que alguns segundos, já que é um despertar parcial. Em alguns casos, a pessoa nem se lembrará que acordou na manhã seguinte.

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Por que o cérebro ignora o ronco?

Para quem ronca, é possível dormir com o próprio barulho, já que o cérebro tem os seus próprios truques para lidar com incômodos frequentes e recorrentes. É o caso da adaptação sensorial, um fenômeno em que os nossos sentidos  — aqui, a audição — deixam de reconhecer e passam a ignorar um estímulo quando ele é muito recorrente, como o ronco.

Outro mecanismo é a audição seletiva, através do qual o cérebro filtra os sons de “baixa prioridade”. De forma bem diferente ao ronco, escutar alguém chamar pelo seu nome (“alta prioridade”) pode fazer com que despertemos na hora. 

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Como descobrir se você ronca?

Se escutar e acordar com o próprio ronco é bastante difícil, existem algumas estratégias para saber se roncamos (ou não) durante o sono. A forma mais simples é perguntar isso para alguém que dorme com você ou ainda usar aplicativos que gravam os sons produzidos. Neste último caso, a Sleep Foundation recomenda usar o app por mais de uma noite, já que o ronco pode não ser constante. 

Vale lembrar que, além de perturbar o sono, o ronco pode ser um importante sinal de apneia obstrutiva do sono. Este problema de saúde causa diferentes complicações e aumenta até o risco de acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame. Então, vale a pena checar se você ronca, ainda mais se há dúvidas.

Fonte: Sleep Foundation, Agência Brasil e LiveScience