Doença de Alzheimer tem 5 variantes biológicas diferentes
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Na última terça-feira (9), um estudo publicado na revista científica Nature Aging revelou cinco variantes biológicas da doença de Alzheimer, que se diferem por conta da maneira como afetam o cérebro (e, por sua vez, em como a doença reage ao tratamento). Para alcançar essa descoberta, a equipe do Alzheimer Center Amsterdam analisou 419 pacientes diagnosticados com a condição neurodegenerativa.
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Além dos pacientes, os pesquisadores também analisaram 187 pessoas para o grupo controle. Ao todo, os autores conseguiram 1.058 proteínas relacionadas ao Alzheimer para análise. Essas proteínas foram retiradas do líquido cefalorraquidiano, um fluido biológico relacionado com o sistema nervoso central.
Conforme diz o estudo, a identificação dos biomarcadores de cada variante pode ajudar a diagnosticar a doença mais cedo, quando a intervenção é mais eficaz. Anteriormente, outras pesquisas chegaram a revelar que o cérebro revela sinais do Alzheimer muito antes do diagnóstico.
A expectativa dos cientistas é que a descoberta também possa influenciar diretamente no tratamento, abrindo a possibilidade para terapias mais personalizadas ou medidas preventivas contra as variantes. Também há um aumento da esperança em torno do diagnóstico precoce e da intervenção para retardar o início dos sintomas.
Variantes do Alzheimer
A primeira variante relatada no artigo é caracterizada pelo aumento da produção de beta-amiloide. É uma proteína naturalmente presente no cérebro, mas que tem tendência para formar aglomerados, e tem sido fortemente associada ao Alzheimer, embora estudos já tenham colocado em xeque a hipótese.
Em um segundo tipo, a barreira hematoencefálica é rompida e há redução da produção de beta-amiloide e menor crescimento de células nervosas.
Além disso, as variantes diferem no grau de síntese de proteínas, no funcionamento do sistema imunológico e no funcionamento do órgão que produz o líquido cefalorraquidiano.
Algumas dessas variantes podem levar a um curso mais rápido da doença. Também é possível que a variante do Alzheimer influencie no risco de efeitos colaterais, tornando-o maior ou menor.
Fonte: Nature Aging