Descoberta há 140 anos, bactéria da tuberculose matou 1,6 mi de pessoas em 2021
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 28 de Outubro de 2022 às 15h04
Após queda de notificações provocada pela pandemia da covid-19, o número de casos e mortes por tuberculose volta a aumentar em todo o mundo. É o que aponta o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) referente ao ano de 2021. Nos últimos 12 meses, foram estimados 10,6 milhões de caso da infecção causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis.
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Hoje, a tuberculose é considerada a segunda doença infecciosa mais mortal do planeta, sendo que a primeira continua a ser a covid-19. Ambas as doenças afetam o pulmão e podem ser prevenidas com vacinas, mas a principal diferença é o tipo de agente causador. Afinal, a tuberculose é uma doença bacteriana e, nos últimos anos, a resistência aos antibióticos tradicionais tem dificultado o tratamento.
Casos e mortes por tuberculose no mundo
Em 2021, a OMS estima que 10,6 milhões de pessoas tiveram tuberculose no globo. Isso representa um aumento de 4,5% em relação ao ano de 2020. Desse total, 1,6 milhão de pacientes morreram em decorrência da infecção bacteriana, sendo que 187 mil conviviam com o HIV.
A partir das análises da OMS, é possível observar o aumento de 3% nos casos da doença que são resistentes ao tratamento. Nos últimos 12 meses, 450 mil casos de resistência ao antibiótico rifampicina foram notificados.
Perfil da infecção bacteriana
A maioria das pessoas que contraem a doença têm mais de 18 anos. Segundo os dados do último relatório, os homens representam 56,5% dos casos de tuberculose. Enquanto isso, as mulheres correspondem a 32,5%. Apenas 11% dos casos estão relacionados com as crianças.
Para novos casos de tuberculose, existem cinco principais fatores de risco:
- Subnutrição;
- Infecção pelo vírus HIV;
- Transtornos relacionados ao uso de álcool, como alcoolismo;
- Tabagismo;
- Diabetes.
Conforme reforça a OMS, "a tuberculose é evitável e curável. Cerca de 85% das pessoas que desenvolvem a doença podem ser tratadas com 4 a 6 meses de medicamentos. O tratamento tem o benefício adicional de reduzir a transmissão da infecção". Apesar disso, a terapia ainda não está disponível para todos.
Fato curioso — e triste — sobre a doença é que, neste ano, o mundo celebrou os 140 anos da descoberta da bactéria, que segue letal para muitos indivíduos e países. Foi em março de 1882 que o médico alemão Robert Koch revelou a origem daquela doença que afetava os pulmões, até então, de origem desconhecida.