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Demência vascular: como a pressão alta leva à perda da função mental?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 09 de Agosto de 2023 às 10h44

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iLexx/envato
iLexx/envato

Em novo estudo acerca dos vasos sanguíneos do cérebro, cientistas descobriram um dos fatores que causa a demência vascular, condição que mata células do órgão e causa perda de energia, concentração e memória em pacientes. Com o achado, poderão ser desenvolvidos novos medicamentos contra a doença, que está relacionada a mudanças de pressão sanguínea.

A pressão alta, na verdade, é a causa principal da demência vascular, que, contraintuitivamente, é descrita como um fluxo sanguíneo pobre ao cérebro. Explicando: mudanças de pressão fazem com que as artérias mudem de tamanho para comportar o sangue, ficando menores ou maiores.

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Com muita pressão alta, no entanto, elas acabam ficando “presas” a um tamanho mais estreito, restringindo o suprimento de sangue ao cérebro. A falta de suprimento sanguíneo deixa as células do órgão sem nutrientes, e, com o tempo, elas vão ficando debilitadas e morrem.

Descobertas importantes sobre a demência vascular

O que os cientistas não sabiam, e que foi revelado pela pesquisa atual, é o que faz o suprimento sanguíneo acabar restrito quando em condições de pressão alta. Em testes com camundongos, foi descoberto que tais condições perturbam a comunicação entre as células arteriais do cérebro, já que as estruturas celulares responsáveis por comandar a dilatação das artérias acabam se afastando umas das outras. Com a mensagem se perdendo no caminho, o vaso sanguíneo acaba contraído permanentemente.

A descoberta acerca da influência da pressão fez com que os cientistas buscassem remédios com a capacidade de restaurar a comunicação celular arterial no cérebro. Ao melhorar o suprimento de sangue em áreas afetadas, a progressão da demência vascular poderá ser parada.

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Embora isso possa demorar um pouco nos humanos, os pesquisadores comentam que o processo de estreitamento e alargamento de vasos sanguíneos é bastante similar entre camundongos e a nossa espécie — encontrar um medicamento para os animais, então, poderá nos ajudar, e essa tem sido a busca dos especialistas. A demência vascular, até o momento, não possui tratamentos efetivos, embora alguns hábitos possam prevenir seu surgimento.

Qualquer medicamento que possa melhorar o suprimento de sangue para o cérebro também poderá abrir novas possibilidades para o tratamento do mal de Alzheimer, que causa um dano similar aos vasos sanguíneos do órgão. Um tratamento como esse poderia melhorar a eficiência das terapias atuais, que focam na remoção de placas amiloides do cérebro, fruto da patologia.

Fonte: PNAS, British Heart Foundation