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Covid: risco de demência é maior por 2 anos após a infecção

Por| Editado por Luciana Zaramela | 18 de Agosto de 2022 às 12h20

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iLexx/Envato
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Para entender como as sequelas da covid-19 afetam as pessoas, cientistas britânicos acompanharam cerca de 1,25 milhão de pacientes com diagnóstico confirmado para o coronavírus. A conclusão é que o risco de demências, como Alzheimer, é maior, mesmo que se tenha passado dois anos da infecção inicial. Isso quando se compara a taxa com a de outras doenças respiratórias.

"É preocupante que alguns outros distúrbios, como demência e convulsões, continuem a ser diagnosticados com maior probabilidade após a covid-19, mesmo dois anos depois. Parece também que a Ômicron, embora menos grave na fase aguda, é seguida por taxas comparáveis ​​desses diagnósticos [com a Delta]", explica Paul Harrison, um dos autores do estudo e membro da Universidade de Oxford, no Reino Unido, em comunicado.

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No entanto, a mesma pesquisa britânica descobriu que o risco aumentado de depressão e de ansiedade após a covid-19 é menos duradouro. Este costuma se acentuar por apenas dois meses da infecção inicial, segundo o estudo publicado na revista científica The Lancet Psychiatry.

O que sabemos sobre as sequelas da covid?

No estudo, a equipe de pesquisadores da Universidade de Oxford observou 14 tipos diferentes de diagnósticos neurológicos e psiquiátricos durante um período de dois anos, após casos da covid-19. Em seguida, a frequência deles foi comparada com relatos de pessoas que se recuperaram de outras infecções respiratórias.

Como a pesquisa é extensa e ainda está em andamento, os pesquisadores conseguiram comparar os efeitos de diferentes variantes da covid-19 no sistema nervoso das pessoas expostas. Segundo os autores, mais distúrbios neurológicos e psiquiátricos foram observados durante a onda da variante Delta (B.1.671.2) do que com a variante Alfa (B.1.1.7). Por enquanto, a Ômicron (BA.1) está associada a riscos semelhantes aos da Delta.

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Risco de demência permanece alto após 2 anos

Após analisar os dados disponíveis, a equipe concluiu que distúrbios neurológicos — como demência e convulsões —, distúrbios psicóticos e "névoa cerebral" continuam a ser diagnosticados com maior frequência nestes pacientes, mesmo após dois anos de um caso da covid-19.

Por outro lado, os dados também confirmam que o índice de casos de ansiedade e depressão relacionados com a covid-19 caem significativamente após dois meses da infecção inicial. Isso significa que não é mais provável de ocorrer do que após outras infecções respiratórias.

Apesar das descobertas, os autores explicam que os resultados têm algumas limitações. Ainda não se sabe quão graves ou duradouros são os distúrbios associados à covid-19. Além disso, cada paciente não foi investigado de forma individual. Então, é possível que outros fatores estejam relacionados com estas alterações neurológicas.

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Fonte: The Lancet Psychiatry e Universidade de Oxford