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COVID: Pfizer aposta em terceira dose para combater variante sul-africana

Por| 25 de Fevereiro de 2021 às 17h50

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Jubjang/Rawpixel
Jubjang/Rawpixel

O surgimento de novas variantes do coronavírus SARS-CoV-2 acendeu o alerta sobre a redução da eficácia das vacinas já em uso, como a fórmula desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Pfizer e pela empresa de biotecnologia alemã BioNTech. Agora, os pesquisadores da vacina contra a COVID-19 começam a testar uma terceira dose, como um reforço específico contra a cepa da África do Sul (501Y.V2). 

De acordo com testes sobre a eficácia do imunizante da Pfizer/BioNTech, a fórmula — que adota uma tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) para promover a imunização contra o coronavírus — desencadeou uma resposta imunológica mais fraca à cepa identificada na África do Sul. De forma semelhante, outras vacinas contra a COVID-19 enfrentam o mesmo desafio, já que foram desenvolvidas com base no vírus ancestral, ou seja, antes das novas mutações.

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Vale lembrar que a vacina da Pfizer/BioNTech, aplicada até o momento em apenas duas doses, foi a primeira a ser autorizada para uso nos Estados Unidos, em dezembro do ano passado, após um amplo estudo global com 44 mil voluntários. Nessa pesquisa, foi possível observar uma taxa de eficácia de 95%. Na prática, uma recente pesquisa israelense, com 1,2 milhão de voluntários, verificou uma eficácia muito similar, de 94% para casos sintomáticos. 

Como são os testes para o reforço contra a COVID?

Nesta quinta-feira (25), as empresas anunciaram o início dos testes de eficácia da terceira dose da vacina da Pfizer/BioNTech em um pequeno estudo com humanos. Dessa forma, os pesquisadores buscam até 144 voluntários para receber o reforço. No entanto, essas pessoas devem ter, obrigatoriamente, participado dos outros estudos do imunizante no ano passado e devem ter sido vacinadas em um período de seis meses a um ano. Além disso, apenas voluntários com idades entre 18 e 55 ou entre 65 e 85 são elegíveis para o novo estudo. 

O objetivo da pesquisa é verificar a presença de anticorpos neutralizantes contra as cepas circulantes, principalmente a da África do Sul, quando receberem a dose extra, uma semana depois e um mês depois. Os anticorpos neutralizantes são parte da resposta imune, junto a outros tipos de anticorpos e células T, que podem impedir que um vírus entre nas células e se replique, ou seja, que a infecção se prolifere.

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“Queremos não apenas proteger durante esta pandemia, mas nos preparar para o que gostamos de chamar de a variante desagradável do futuro, se uma aparecer”, explicou William Gruber, porta-voz da Pfizer, em uma entrevista. Até o momento, as empresas não comentaram quando esperavam ter os resultados do novo estudo.

Reformulação da vacina contra a COVID-19?

Além da dose reforço, a Pfizer e a BioNTech também estão em discussões com os reguladores de saúde internacionais sobre o estudo de uma versão ajustada de sua vacina que os pesquisadores projetaram para proteger também contra a variante encontrada na África do Sul. Em outras palavras, este seria outro caminho, já que envolveria a reformulação da atual vacina que está sendo distribuída.

“Estamos tomando várias medidas para agir de forma decisiva e ficar prontos caso uma cepa se torne resistente à proteção conferida pela vacina”, afirmou o presidente-executivo da Pfizer, Albert Bourla, em um comunicado, sobre esta via contra a COVID-19.

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Outras vacinas também buscam soluções

Na luta pela imunização contra o coronavírus, outros desenvolvedores também investem recursos em doses extras. É o caso da Moderna que, na quarta-feira (24), afirmou ter desenvolvido uma adaptação na vacina pensada contra a cepa encontrada na África do Sul. De acordo com a farmacêutica norte-americana, a fórmula já estaria pronta para testes nos Estados Unidos. A Johnson & Johnson também está trabalhando em adaptações contra as variantes.

De acordo com a agência federal dos EUA, a Food and Drug Administration (FDA), vacinas de reforço contra variantes emergentes do coronavírus devem ser avaliadas de forma mais rápida e, para isso, não serão necessários grandes testes de eficácia, como acontece durante os estudos de Fase 3.

Fonte: Wall Street Journal