Covid, gripe ou VSR? Testagem de vírus respiratórios dispara no Brasil

Nas redes sociais, tem viralizado a frase: "metade do Brasil está gripada e a outra metade está com rinite ou sinusite". Embora o meme do Twitter seja apenas uma piada, parece que os internautas não estão tão fora da realidade do país. Pesquisas nacionais apontam para um aumento expressivo na busca por testes de múltiplos vírus respiratórios, que captam a covid-19, a gripe (influenza) e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). A estratégia ajuda quem tem sintomas, como nariz escorrendo, mas não sabe de qual doença desconfiar.

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Segundo balanço da Thermo Fisher Scientific, a demanda por testes múltiplos que captam diferentes vírus respiratórios cresceu quatro vezes no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2021 — o segundo ano da pandemia da covid-19. No entendimento da multinacional, a alta procura pelos kits multiplex TaqPath reflete o momento de retomada de co-circulação de outros vírus, para além do coronavírus SARS-CoV-2.

Casos de vírus respiratórios no Brasil

Para se ter uma real dimensão do problema provocado pelos vírus respiratórios nesta temporada, o último boletim InfoGripe, publicado Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aponta para a ocorrência de mais de 23,6 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), associados a algum vírus que afeta o sistema respiratório, como VSR e influenza. Os dados são do final de abril.

Neste contexto, o vírus da covid-19 não enfrenta um momento de alta no cenário epidemiológico brasileiro. Desde abril, os dados sobre a SRAG indicam um aumento nos quadros de VSR. Estes já são quase metade do total de confirmados (47,5%). Em segundo lugar, está o coronavírus (25,5%). Por último, entram a Influenza A (13,5%) e a B (7%).

Gravidade das infecções respiratórias

Aqui, cabe destacar que casos de SARG estão relacionados com quadros mais graves, onde o risco de óbito é maior. “Mesmo antes da pandemia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertava sobre o alto índice de morbidade e mortalidade relacionados a infecções do trato respiratório, principalmente em crianças, idosos e indivíduos imunossuprimidos”, explica Alexandre Rebelatto, Diretor da divisão de Testes Genéticos da Thermo Fisher Scientific para a América Latina, em comunicado.

Dessa forma, “a assertividade diagnóstica é imprescindível para o [melhor] desfecho clínico”, complementa Rebelatto. Pensando nisso, testes que captam diferentes vírus, a partir de uma única amostra, oferecem grandes vantagens, já que evitam a necessidade de inúmeros exames, simplificam o acesso à saúde e facilitam a adoção do melhor tratamento.

Tem vacina para covid-19, gripe e VSR no Brasil?

Vale lembrar que, desde 2021, o Sistema Único de Saúde (SUS) distribui gratuitamente doses da vacina contra a covid-19 para a população. De forma anual, também ocorre a campanha de vacinação contra a gripe. Segundo o Ministério da Saúde, os imunizantes para influenza já podem ser aplicados em todos, independente do indivíduo integrar (ou não) algum grupo prioritário.

Até o momento, o que não existe é uma vacina para proteger contra os casos de VSR, a principal causa de bronquiolite e pneumonia em crianças. No entanto, isso deve mudar em breve. Até o final deste ano, os estudos clínicos com imunizantes de mRNA (RNA mensageiro) devem ser concluídos. Caso os resultados sejam positivos, em alguns meses, esse novo tipo de vacina deve chegar ao mercado global.

Fonte: Agência Fiocruz