COVID | 1,5 milhão de brasileiros não voltaram para tomar segunda dose da vacina
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 13 de Abril de 2021 às 17h15
Com alta de casos do novo coronavírus (SARS-CoV-2) e média móvel de 2,1 mil óbitos diários, a vacinação contra a COVID-19 é uma das grandes apostas para controlar a doença no Brasil. No entanto, cerca de 1,5 milhão de brasileiros não voltaram para tomar a segunda dose da vacina, de acordo com o Ministério da Saúde. O atraso pode colocar em risco a eficácia dos imunizantes.
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Na manhã desta terça-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a pasta deve divulgar uma lista, por estado, de pessoas que estão com a segunda dose da vacina contra a COVID-19 atrasada. Para estas pessoas, a recomendação é que procurem um posto de vacinação, de forma imediata, para completar a imunização contra o coronavírus. Também é preciso investigar quais motivos levaram ao adiamento ou não retorno.
Quando tomar a segunda dose da vacina contra a COVID-19?
Desde que começou a vacinação contra a COVID-19 no Brasil, duas vacinas aplicadas na população: a CoronaVac, da farmacêutica Sinovac e do Instituto Butantan; e a Covishield, da farmacêutica AstraZeneca e da Universidade de Oxford, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ambas demandam duas doses do imunizante para a proteção eficaz contra o corornavírus.
No caso da CoronaVac, estudos clínicos apontaram melhor taxa de eficácia quando a segunda dose é aplicada em um intervalo de 21 a 28 dias. Agora, a vacina Covishield deve ter a segunda dose aplicada em intervalo maior, de três meses. No entanto, as pesquisas não confirmam o caráter protetor de apenas uma dose dos imunizantes.
Como está a vacinação no Brasil?
Desde o dia 17 de janeiro, o Brasil imuniza os grupos prioritários, como idosos, profissionais da saúde, e pessoas com comorbidades. Neste período, o vacinômetro do Ministério da Saúde aponta que 6,4 milhões de pessoas receberam a imunização completa contra a COVID-19, ou seja, as duas doses de um imunizante. Em paralelo, 14,7 milhões de pessoas receberam uma única dose — neste grupo, estão 1,5 milhão de pessoas que não retornaram para os postos de vacinação.
Quanto à pequena cobertura vacinal em um país com mais de 210 milhões de pessoas, o ministro Queiroga explicou que “quando a Fiocruz e o Instituto Butantan receberem mais matéria-prima para fabricarem vacinas, a situação vai melhorar". Atualmente, os dois polos apenas envasam as vacinas com matéria-prima importada da China.
Além disso, o ministro da Saúde comentou que o Brasil investiu R$ 150 milhões no consórcio Covax Facility, liderado pela Organização mundial da Saúde (OMS), para receber vacinas contra a COVID-19. Neste sentido, a iniciativa internacional anunciou que deve enviar as primeiras doses da vacina da Pfizer/BioNTech neste trimestre, ainda.
Foco nas medidas de proteção contra o coronavírus
Ainda nesta manhã, o ministro da Saúde cobrou disciplina e recomendou o uso de máscaras pelos usuários de transporte público como forma de evitar ainda mais a disseminação do coronavírus no país. Nos próximos dias, a Saúde ainda deve lançar uma campanha nacional para prevenir a contaminação, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional. De acordo com o secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz, uma portaria conjunta com o Ministério do Desenvolvimento Regional deverá ser apresentada na próxima quinta-feira (15).
Sobre uma estratégia mais abrangente no combate a COVID-19, como um possível lockdown de extensão nacional, o ministro da Saúde descartou a hipótese. Para Queiroga, "uma medida homogênea para o país inteiro não vai funcionar". No entanto, defendeu que tomará medidas "para evitar que o país chegue a cenários extremos". Vale lembrar que, no mês de janeiro, Manaus colapsou e faltou oxigênio para os pacientes.
Para conferir o vacinômetro do Ministério da Saúde e a aplicação de doses das vacinas contra a COVID-19 na população brasileira, em tempo real, clique aqui.
Fonte: Agência Brasil