Coronavírus pode se alojar nos testículos por quase um mês, aponta estudo
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 17 de Março de 2022 às 18h07
Coronavírus podem ficar nos testículos por 25 dias, segundo um estudo conduzido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ainda não revisado por pares. De acordo com o artigo, o que acontece é que os órgãos genitais acabam preservando o vírus, da mesma maneira como acontece com a zika e a caxumba, por exemplo.
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A análise se concentrou em 11 pacientes mortos por conta da doença, e permitiu que os cientistas encontrassem vírus nos testículos de todos eles, mesmo depois de mais de 25 dias de internação. A equipe chegou até a apelidar a região de "santuário viral", por conta dos novos achados.
As descobertas dos pesquisadores da UFMG não param por aí: com a análise, eles perceberam que o SARS-CoV-2 pode provocar alterações nesses órgãos. Um exemplo de consequência dessa longa permanência do vírus na região é a fibrose, que consiste basicamente na morte das células responsáveis por formar os espermatozoides. O artigo também apontou uma redução de até 30 vezes no nível de testosterona dos indivíduos.
Coronavírus nos testículos
Não é a primeira vez que se nota uma relação preocupante entre a covid-19 e os testículos: anteriormente, cientistas da University of Hong Kong apontaram que a doença pode causar atrofia nos órgãos genitais masculinos, além de alterações hormonais. Na ocasião, analisou-se o impacto em hamsters, mas o próprio artigo já ressaltou a possibilidade dessa complicação atingir humanos, também.
Outro estudo, dessa vez conduzido pela Northwestern University (EUA), notou que o SARS-CoV-2 pode infectar as células do pênis e dos testículos de macacos. A equipe ressaltou, no trabalho, que em caso de infecção pelo vírus da covid-19, é importante se atentar para as regiões envolvidas com a saúde sexual masculina, como a próstata, o pênis e o plexo pampiniforme (veias da região).