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Coronavírus pode resistir por mais de sete dias fora do organismo

Por| 17 de Fevereiro de 2020 às 14h27

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EPA
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Má notícia: se o novo coronavírus, causador da doença conhecida oficialmente como Covid-19, for parecido com os outros irmãos da sua família, ele pode sobreviver, em objetos inanimados e fora de um hospedeiro, por até mais de uma semana, segundo estudo publicado no Journal of Hospital Infection. Nesse caso, ele poderia chegar via encomendas — no entanto, não se sabe o suficiente sobre ele para tais afirmações. 

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), "ainda não está claro se uma pessoa pode obter o 2019-nCoV [outro nome do Covid-19] tocando em uma superfície ou objeto que contenha o vírus e, em seguida, tocando sua própria boca, seu nariz ou possivelmente seus olhos."

Como ainda não há análises e estudos detalhados sobre o novo vírus, os pesquisadores recorrem a pesquisas anteriores de coronavírus semelhantes, como SARS e MERS, para obter suas respostas.

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Saiba mais sobre o novo tipo de coronavírus:

Pesquisas anteriores

Revendo 22 estudos sobre diferentes tipos de coronavírus, os pesquisadores da Universidade de Hanôver, na Alemanha, descobriram que os patógenos humanos podem persistir ativos em superfícies e permanecer infecciosos, à temperatura ambiente, por até nove dias. Esse prazo é uma expectativa de vida relativamente longa para um vírus, já que o do sarampo, por exemplo, só pode viver por até duas horas.

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Em média, os pesquisadores afirmam que os coronavírus podem sobreviver de quatro a cinco dias fora de um organismo vivo, em diferentes materiais, como alumínio, madeira, papel, plástico e vidro. Já alguns dos coronavírus que só podem infectar animais chegam a resistir por mais de 28 dias.

Além disso, de forma geral, "a baixa temperatura e a alta umidade do ar aumentam ainda mais sua 'sobrevida'", comenta o médico Günter Kampf, no Hospital Universitário Greifswald, também na Alemanha.

Medidas preventivas

Para reduzir a disseminação dos coronavírus em geral, os autores do estudo sugerem que os hospitais desinfetem ambientes e utensílios com soluções feitas com hipoclorito de sódio, peróxido de hidrogênio ou etanol. Essas mesmas recomendações também foram "muito eficazes" contra os vírus SARS (Síndrome respiratória aguda grave) e a MERS (Síndrome respiratória do Oriente Médio).

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"Diferentes coronavírus foram analisados ​​e os resultados foram todos semelhantes", explica o virologista Eike Steinmann, da Universidade Leibniz de Hannover. No entanto, nenhum dos vírus era da Covid-2019, que deve ter suas próprias especificidades.

Enquanto o MERS, por exemplo, não se transmite tão facilmente de pessoa para pessoa, a SARS se espalha de maneira bastante eficiente sempre que uma pessoa infectada espirra ou tosse. Nesses casos, se o muco cair em uma superfície e for tocado por uma pessoa posteriormente, ele poderá contaminá-la, mesmo que o contato só ocorra dias após a exposição inicial.

Enquanto não se sabe mais sobre o novo coronavírus, lavar as mãos com frequência e desinfetar áreas públicas parecem atividades inofensivas, perto do perigo que esses descuidos podem representar.

Fonte: Science Alert