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Coração tem "minicérebro" que controla batimentos; entenda

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Kjpargeter/Freepik
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O cérebro é conhecido por controlar todo o corpo, mas há uma rede de "assistentes" com certa autonomia, como indica o mais recente estudo liderado por pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia. O grupo descobriu a existência de um "minicérebro" dentro do coração, com a função de coordenar os batimentos cardíacos e composto por neurônios especializados.

Publicado na revista Nature Communications, o estudo é o primeiro a documentar a existência tão desenvolvida do sistema nervoso próprio do coração, algo que surpreendeu os cientistas. Em tese, o achado poderá ajudar a desenvolver novos tratamentos para doenças cardíacas e até encontrar uma forma de impedir o infarto do miocárdio (ou ataque cardíaco).

Ficamos surpresos ao ver o quão complexo é o sistema nervoso [e a rede de neurônios] dentro do coração”, afirma Konstantinos Ampatzis, professor do departamento de neurociências do Instituto Karolinska e autor do estudo, em nota.

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No entanto, ainda é preciso validar todo o mecanismo em humanos. Os testes deste estudo foram feitos em modelos animais. Para ser mais preciso, o mecanismo foi verificado em peixes-zebra (Danio rerio), que têm inúmeras similaridades com a frequência cardíaca humana. Então, é possível que sejam semelhantes.

"Minicérebro" do coração

Até hoje, o consenso era de que o sistema nervoso retransmitia os sinais do cérebro para serem propagados, controlando o coração. Isso ocorria a partir das células da rede neural embutidas nas camadas mais externas da parede cardíaca — algo como um "garoto de recados" do comando central. No entanto, a verdade é bem mais complexa, quando se analisa o sistema nervoso intracardíaco, apelidado de "minicérebro".

Existem diferentes tipos de neurônios no coração, com funções exclusivas, como revela a nova análise. Entre eles, vale destacar os neurônios com função de marcapasso, ou seja, que regulam o ritmo cardíaco. Definitivamente, eles não recebem apenas sinais "prontos" do cérebro.

“Esse 'minicérebro' tem um papel fundamental na manutenção e no controle dos batimentos cardíacos, semelhante à forma como o cérebro regula funções rítmicas [do corpo], como locomoção e respiração”, detalha o cientista Ampatzis.

Agora, a pesquisa deve caminhar em dois sentidos complementares. O primeiro é entender como o "minicérebro" do coração interage com o cérebro real e que tipos de troca ocorrem entre eles. Além disso, a ideia é obter novos insights que auxiliem na descoberta de tratamentos inovadores para doenças que atingem o coração.

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Fonte: Instituto Karolinska