Como vai o intestino? O que a frequência de idas ao banheiro diz sobre sua saúde
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
A frequência com que uma pessoa evacua (ou vai ao banheiro para fazer o número 2) está ligada à saúde a longo prazo, segundo estudo que investigou o comportamento tão pouco comentado e repleto de tabus de 1,4 mil pessoas nos EUA. O ideal é que o intestino funcione pelo menos uma vez por dia.
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Liderado por pesquisadores do Institute for Systems Biology (ISB), o estudo sobre o tema polêmico revelou a existência de duas situações que mais fazem mal quando se pensa no intestino: quadros de diarreia (com muitas idas ao banheiro) e de constipação (quando a pessoa não consegue fazer o número 2).
Adiantamos que, aparentemente, diferentes fatores podem contribuir com o número de vezes que alguém evacua. De modo geral, as pessoas mais jovens, as mulheres e aqueles com menor Índice de Massa Corporal (IMC) tendem a ir ao banheiro com menos frequência.
Número de idas ao banheiro por dia
Publicado na revista Cell Reports Medicine, o estudo sobre os movimentos peristálticos ligados à evacuação envolveu a análise de dados clínicos, de estilo de vida e biológicos (como testes de sangue e genéticos, além de amostras do microbioma intestinal) dos voluntários. Os 1,4 mil recrutados tinham mais de 18 anos e eram considerados saudáveis no início da pesquisa.
Para avaliar o impacto das idas ao banheiro na saúde, os pesquisadores dividiram os participantes em quatro grupos, com base na frequência de evacuação:
- Constipação: uma ou duas evacuações por semana;
- Normal-baixa: três a seis evacuações por semana (quase uma por dia);
- Normal-alta: uma a três evacuações por dia;
- Diarreia: mais de quatro evacuações por dia.
Problemas de saúde relacionados ao intestino
“Esse estudo mostra como a frequência dos movimentos intestinais pode influenciar todos os sistemas do corpo e como a frequência disfuncional desses movimentos pode ser um fator de risco importante no desenvolvimento de doenças crônicas”, afirma Johannes Johnson-Martinez, principal autor da pesquisa, em nota.
Para entender o problema, os micróbios normalmente “consomem” parte da fibra alimentar disponível no intestino e, com isso, liberam os benéficos ácidos graxos de cadeia curta. Quando a pessoa não vai ao banheiro com regularidade, a quantidade de fibras é esgotada e esses micróbios passam a fermentar proteínas, o que produz uma série de toxinas, como indoxil sulfato.
“Mesmo em pessoas saudáveis que sofrem de constipação, há um aumento dessas toxinas na corrente sanguínea", explica Gibbons. Um dos efeitos nocivos na saúde é que elas podem prejudicar os rins, aumentando o risco de doenças futuras.
Do lado oposto, quando a pessoa vai muitas vezes ao banheiro, o corpo acaba excretando ácido biliar em excesso, o que acaba prejudicando o fígado e pode acarretar em problemas no futuro.
Melhorando a saúde intestinal
Apesar dos resultados da pesquisa, é possível melhorar a rotina de idas ao banheiro e tornar os movimentos intestinais mais próximos do que é ideal para a boa saúde. Entre as recomendações, estão as três principais:
- Incluir frutas e vegetais na dieta;
- Beber água com regularidade;
- Praticar atividade física.
Em caso de dúvidas ou mesmo de problemas envolvendo a hora de fazer o número 2, a indicação é buscar aconselhamento médico de um gastroenterologista, onde poderá ser definido o melhor tratamento individualizado.
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Fonte: ISB