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Como o axolote consegue regenerar o próprio cérebro

Por| Editado por Luciana Zaramela | 06 de Setembro de 2022 às 15h05

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 LaDameBucolique/Pixabay
LaDameBucolique/Pixabay

Para compreender possíveis alternativas de regeneração celular em humanos, uma equipe de cientistas chineses investiga um simpático animal: o axolote (Ambystoma mexicanum). Esta salamandra é conhecida pela sua peculiar capacidade de regenerar membros perdidos e outros tecidos, como o cérebro, a medula espinhal, o coração ou ainda a retina.

Vale explicar que a regeneração, especialmente do cérebro, requer a coordenação de respostas complexas de uma maneira específica de tempo e região, o que não é comum para a maioria dos seres vivos. Entender este processo pode fornecer pistas e caminhos para estimular este tipo de regeneração em humanos, segundo os cientistas.

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Publicado na revista Science, o estudo sobre a regeneração de tecidos, incluindo o cerebral, do axolote foi liderado por pesquisadores da empresa chinesa BGI Genomics. A organização é referência no sequenciamento genômico.

Observação: se você achou o axolote estranhamente familiar, existe uma explicação bastante simples. Esta salamandra foi usada como inspiração para a criação do Pokémon Wooper. Tal qual o anfíbio original, o personagem animado chega à fase adulta ainda carregando as características de quando era um "bebê".

Como o axolote consegue regenerar as células do cérebro?

Para entender o processo de regeneração do cérebro, os pesquisadores adotaram a tecnologia conhecida como Stereo-seq. Ela permite a reconstrução da arquitetura cerebral do axolote durante o desenvolvimento e os processos de regeneração. Em outras palavras, foi possível criar mapas do cérebro do animal e saber quais tipos de células agem em momentos específicos.

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Na segunda etapa da pesquisa, a ideia era verificar quais as semelhanças e diferenças entre a formação de neurônios durante o desenvolvimento do animal — do bebê axolote até a sua maturidade — e a regeneração.

Segundo os autores do estudo, há um padrão semelhante nos dois processos analisados. Isso porque as células-tronco neurais se "transformam" em células progenitoras. Posteriormente, elas se tornam neurônios imaturos e, finalmente, maduros.

A descoberta indica que, após uma lesão, o organismo desta salamandra induz as células-tronco neurais a se transformarem em um estado de desenvolvimento rejuvenescido e, assim, começa — ou recomeça — o processo de regeneração.

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Agora, a ideia é buscar formas de induzir este processo em humanos e outras espécies de mamíferos, o que pode revolucionar a forma com a qual a medicina encara as lesões no cérebro. No entanto, um longo caminho de estudos ainda é necessário.

Fonte: Science e BGI