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Como as queimadas prejudicam a saúde, segundo especialista

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Matt Howard/Unsplash
Matt Howard/Unsplash

Nos últimos dias, os incêndios da Amazônia, do Pantanal e da região central do Brasil liberaram grandes quantidades de fumaça tóxica, o que prejudicou a saúde de milhões de pessoas em todo o país. Nas áreas de foco de incêndios florestais e de alta poluição, tanto os especialistas do Ministério da Saúde quanto da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) indicam o uso de máscaras.

O uso de máscaras com alta eficiência de filtração é apenas uma das estratégias de proteção à saúde, em caso de queimadas próximas, como explica Celso Taques Saldanha, médico imunologista e membro da Comissão de Biodiversidade, Poluição, Clima da ASBAI, para o Canaltech

Impacto das queimadas na saúde

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O número de cidades que decretou situação de emergência por incêndios florestais, neste mês de agosto, aumentou em 354% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Foram 118 decretos contra 26. 

Entre as cidades mais afetadas pelas queimadas, está Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, Por lá, viralizou o vídeo de um morador mostrando a situação no entorno de sua casa, em um condomínio. A paisagem está tomada pelo fogo e pela fumaça tóxica, o que é bastante nocivo para a saúde.

Afinal, os incêndios liberam partículas finas, como material particulado (PM2.5), e gases tóxicos, como monóxido de carbono (CO), dióxido de nitrogênio (NO2), dióxido de enxofre (SO2), e hidrocarbonetos. 

"Ao serem inaladas, essas substâncias irritam e inflamam as vias aéreas superiores, como nariz, garganta e traqueia, podendo agravar também condições como rinite e faringite", explica o médico Saldanha. 

Além disso, pioram casos ou desencadeiam crises de asma e bronquite. O risco é sempre maior para indivíduos vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com condições pré-existentes.

Quando chegam aos pulmões, são absorvidas nos alvéolos pulmonares e caem na corrente sanguínea, essas substâncias liberadas pelas queimadas podem causar danos ao coração e outros órgãos.

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Se a situação coincidir com dias de sol intenso, alguns desses gases se transformam em compostos como ozônio troposférico e aldeídos. Novamente, ambos são prejudiciais à saúde. No caso do ozônio, aumenta o risco de crises de asma, enquanto os aldeídos têm potencial carcinogênico.

Como o período de seca está longe de acabar no Brasil, mais incêndios podem ocorrer, de origem natural ou criminosa, liberando grandes quantidades de fumaça. Então, saber se proteger é fundamental.

Manter a janela aberta ou fechada?

Em caso de queimada próxima, o recomendado é manter as janelas de casa fechadas, o que reduz a exposição aos poluentes atmosféricos. “Partículas finas, como PM2.5, e gases tóxicos liberados na queima de biomassa podem penetrar facilmente nos ambientes internos se as janelas estiverem abertas”, lembra o especialista.

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Ar-condicionado, ventilador e umidificador

Diante de incêndios em áreas externas, é preciso pensar em alternativas para manter o ar mais limpo o possível do lado de dentro. Nesses casos, o ar-condicionado, especialmente os modelos com filtros de alta eficiência para partículas (HEPA), “pode filtrar partículas finas e reduzir a concentração de poluentes no ar interno”, orienta Saldanha.

Os umidificadores são outra boa alternativa, já que aumentam a umidade do ar e ajudam a aliviar a irritação nas vias respiratórias causadas pelo ar seco e pelas partículas suspensas.

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Enquanto isso, o uso de ventiladores deve ser reservado para ambientes já limpos, contribuindo com a circulação do ar. Caso contrário, podem recircular poluentes no ambiente, prejudicando a saúde.

Uso de máscara de proteção

Como já adiantamos, as máscaras do tipo PFF2, N95 e KN95 são aliadas em casos de queimadas. “Mesmo pessoas sem problemas respiratórios devem considerar o uso de máscara em cenários de alta poluição”, destaca o médico.

Isso porque elas conseguem filtrar a maioria das partículas nocivas. Além disso, os respiradores “cortam” os efeitos imediatos da fumaça, como a irritação das vias aéreas, algo benéfico para quem precisa sair de casa durante esses episódios.

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Soro fisiológico ajuda?

“A inalação com soro fisiológico ou a limpeza nasal com soro podem proporcionar alívio temporário ao limpar as vias respiratórias de partículas e poluentes depositados, mas não substituem medidas mais eficazes”, comenta Saldanha. Isso inclui o uso de máscaras e de ar-condicionado combinado com umidificadores.