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Carne conservada com nitritos, como bacon, aumenta risco de câncer

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Dezembro de 2022 às 13h21

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boomeart/envato
boomeart/envato

Cientistas e Membros do Parlamento (MP) do Reino Unido advogam pelo banimento de nitritos em alimentos após uma pesquisa demonstrar riscos visíveis para o desenvolvimento de câncer pelo consumo de carne processada com frequência, como bacon e presunto, que trazem a substância na composição. Sua função na indústria é a de curar o bacon, conferindo sua coloração rosada característica.

Realizado por pesquisadores da Queen's University Belfast, o estudo impôs uma dieta de carne processada com nitrito a camundongos, e 75% deles desenvolveram mais tumores cancerosos do que os alimentados por carne comum, sem a substância. Tumores intestinais, especialmente, foram 82% mais comuns nos animais que consumiram nitrito.

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Nitrito e o câncer na Europa

A carne processada utilizada no estudo continha 15% de nitrito. Apesar de a quantidade ser consideravelmente alta, o consumo diário pode expor os consumidores a doses grandes da substância, e os pesquisadores sugerem que quantidades menores também podem aumentar o risco de desenvolver câncer. O risco para a saúde pública, de acordo com suas conclusões, são bastante reais.

Nem toda carne processada, vale notar, traz o mesmo aumento no risco de câncer, a depender da substância utilizada na cura. Cerca de 90% de todo o bacon britânico contêm nitritos, que já foram ligados, em estudos anteriores, a cânceres de próstata, mama e intestino. Outros produtos, como salsichas embutidas, geralmente importadas da Europa continental, também estão na lista. Isso levou a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar a reforçar o risco à saúde oferecido pela substância.

O governo francês já tomou medidas para banir os nitritos na indústria, desde que um estudo realizado no país, em julho, apontou os mesmos riscos de câncer. Um dos autores da pesquisa britânica, Chris Elliot, se juntou a MPs para conversar com os ministros do país sobre a urgência de fazer o mesmo que seus vizinhos franceses. Entre as preocupações, está a pressão exercida pelos tratamentos de câncer ao sistema de saúde britânico, o NHS.

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Além disso, a promessa do governo de manter padrões alimentares altos após o Brexit pode ficar comprometida caso se mostre inatividade quanto à ameaça. Especialistas comentaram a dificuldade das medidas, já que nitritos e nitratos são conservantes importantes no combate a organismos prejudiciais nos alimentos, como a bactéria responsável pelo botulismo, uma grande ameaça à saúde dos consumidores. Para serem aprovados como aditivos, eles têm de passar por avaliações de segurança bem robustas.

Vale lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou os nitritos como responsáveis por 32.000 casos de câncer intestinal por ano: a recomendação governamental do Reino Unido coloca o consumo máximo de carne vermelha e processada a 70g por dia para evitar o desenvolvimento de cânceres como esse.

Fonte: The Guardian