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Com um Raspberry Pi, cientistas criam sistema que identifica anticorpos da COVID

Por| 27 de Agosto de 2020 às 08h00

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Reprodução: Pixabay
Reprodução: Pixabay

Uma nova forma de diagnosticar anticorpos da COVID-19 pode ser disponibilizada até o final deste ano, segundo pesquisadores da Universidade da Califórnia em Irvine (UCI). O projeto se trata de uma plataforma de imagem "robusta", de baixo-custo e de tecnologia lab-on-a-chip, que permite a integração de funções laboratoriais em um único chip.

Segundo os cientistas Weian Zhao, Per Niklas Hedde, Enrico Gratton e Philip Felgner, a tecnologia pode ajudar na aceleração do processo do teste do coronavírus, fazendo com que mais pessoas sejam testadas em um menor espaço de tempo. "Precisamos testar milhões de pessoas por dia e estamos muito longe disso. Essa plataforma precisa de teste permite que os oficiais de saúde implementem estratégias individuais de mitigação necessárias para, com segurança, reabrir os países e a economia", conta Hedde, autor principal do estudo.

Assim como no teste de anticorpos já conhecido, é necessária apenas a coleta do sangue, uma amostra obtida com um único furo no dedo. Então, entre duas a quatro horas, o exame criado pelos pesquisadores da UCI vai analisar centenas de respostas de anticorpos a 14 vírus respiratórios, incluindo o SARS-CoV-2. Os resultados são colocados em uma plataforma de imagem chamada TinyArray, que combina um protótipo impresso em 3D com um LED e uma pequena câmera de 5 megapixels que vai encontrar marcadores para diversos anticorpos de forma simultânea — tudo rodando num computador Raspberry Pi 4.

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A precisão do exame pode ser comparada a sistemas de imagem caros, mas é uma plataforma portátil o suficiente para ser colocada em qualquer lugar, contando também com preço acessível: apenas US$ 200. O dispositivo também consegue processar os resultados dos testes que usam o cotonete, que diagnostica a doença, junto aos de anticorpos.

Atualmente, muitos dos testes de anticorpos conferem apenas um ou dois antígenos no sangue, que são as substâncias responsáveis pela produção da defesa pelo organismo. Zhao, inclusive, aponta que esses exames de anticorpos "simplesmente não são precisos". A fim de comparação, sistemas semelhantes exigem o uso de máquinas de imagem que custam de US$ 10 mil a US$ 100 mil, que são grandes demais para o uso geral. Aqueles que não têm acesso às máquinas precisam enviar as amostras para laboratórios externos, atrasando a resposta com os resultados.

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Para os pesquisadores, quanto mais pessoas fizerem os testes, mais perto os países saberão se estão perto de atingir a imunidade de rebanho. Além disso, entender como os anticorpos são produzidos e quanto tempo eles permanecem no organismo pode ser essencial para desenvolver uma vacina eficaz e que seja administrada na dose ideal.

Até o momento, a equipe da UCI já concluiu cinco mil testes na região de Orange County, na Califórnia, com a meta final de testar 20 mil amostras por unidade por dia. Para aumentar a produção, os cientistas fecharam parceria com duas startups da UCI: Velox Biosystems e Nanommune Inc. O gerador de imagens TinyArray deve estar pronto para ser implementado fora dos Estados Unidos até o fim do ano, e os pesquisadores já estão trabalhando com cientistas do Uruguai, Rússia e Tailândia para desenvolver sistemas parecidos e de baixo custo.

Fonte: SciTech Daily