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Cientistas misturam LSD e MDMA para ver possíveis benefícios terapêuticos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 07 de Junho de 2023 às 09h26

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twenty20photos/envato
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Em novo estudo publicado na Neuropsychopharmacology, pesquisadores passaram a testar os efeitos terapêuticos da mistura de LSD e MDMA. A descoberta é que essa mistura pode aumentar os impactos positivos no humor e diminuir a ansiedade associada à resposta do LSD.

Para chegar a isso, os autores contaram com a participação de 24 voluntários. Para contextualizar, vale enfatizar que a psicoterapia psicodélica, conduzida com base em dados científicos e por profissionais capacitados, tem se mostrado promissora como tratamento para depressão e outras condições de saúde mental, mas é importante destacar que o LSD também pode proporcionar experiências assustadoras e desagradáveis. Também é válido dizer que o uso recreativo de substâncias alucinógenas não é indicado pela comunidade científica.

De volta ao estudo: ao contrário do LSD, que gera viagens psicodélicas ao se ligar aos receptores de serotonina 2A no cérebro, o MDMA estimula a liberação de hormônios como norepinefrina, serotonina e oxitocina. Isso levou os pesquisadores a levantarem a hipótese de que adicionar MDMA ao LSD aumentaria os efeitos positivos, e, ao mesmo tempo, diminuiria os negativos.

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Os pesquisadores notaram que os efeitos do LSD duraram mais quando combinado com o MDMA, provavelmente porque o último inibe uma enzima que decompõe as drogas psicodélicas. No entanto, a conclusão é que "provavelmente há pouco benefício em combinar MDMA e LSD na terapia psicodélica assistida”.

Benefícios terapêuticos do LSD

Não é de hoje que cientistas tentam descobrir benefícios terapêuticos desse tipo de substância. Anteriormente, um estudo da Experimental Neurology sugeriu que LSD pode reativar a cognição. Para conduzir a análise, os pesquisadores contaram com um modelo computacional e investigaram dados bioquímicos.

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Na ocasião, os autores do estudo concluíram que a administração prévia de LSD aumenta a plasticidade neural nos organoides de neurônios humanos, aumenta a preferência por novos objetos em ratos e melhora a memória visuo-espacial em humanos.

Em outro artigo, pesquisadores descobriram que drogas psicotrópicas "reabrem" o cérebro para novos aprendizados, pois agem nos “períodos críticos”, que são janelas cruciais de desenvolvimento e aprendizado no cérebro que geralmente acontecem na adolescência. Durante períodos críticos, o cérebro é altamente capaz de aprender habilidades específicas, como a linguagem.

Para entender se a microdosagem de LSD poderia aumentar a produtividade e estimular a criatividade, cientistas expuseram peixes-zebra, ou paulistinhas (Danio rerio) à substância. Eles observaram uma significante redução da ansiedade durante o uso, bem como seu aumento durante a abstinência.

Fonte: Neuropsychopharmacology, IFL Science,  Experimental NeurologyThe BMJPsychopharmacology