Cientistas identificam neurônios que dão origem ao medo
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Em novo estudo publicado na Cell Reports, cientistas acreditam ter identificado os neurônios responsáveis pelo medo. A equipe partiu da teoria de que os neurônios que fazem uso de uma molécula chamada peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) desempenham um papel importante no processamento dessa emoção.
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Segundo essa teoria, os neurônios agem juntamente com o “centro do medo” do cérebro: a amígdala. Para testar a hipótese, o grupo conduziu experimentos em camundongos geneticamente modificados. Na ocasião, encontraram duas populações distintas desses neurônios CGRP no tronco cerebral e no tálamo que se conectavam à amígdala.
Os pesquisadores equiparam os camundongos com um pequeno dispositivo que permite rastrear a atividade dos neurônios CGRP, e então expuseram esses animais a estímulos de ameaça, como choques no pé, sons de explosão, etc.
Os cientistas registraram a atividade de 160 neurônios CGRP, e descobriram que a maioria aumentava sua atividade quando o rato era confrontado com sons, sabores, cheiros, sensações e pistas visuais ameaçadoras. Na prática, é como um sistema de alarme central.
O que a ciência já descobriu sobre neurônios?
Cientistas já descobriram que os neurônios entram em sintonia, em determinado momento, em meio a atividades quase rítmicas. Essa sincronia ajuda a trocas informações de forma eficiente e desempenhar funções importantes. Assim, quando os neurônios entram em sintonia, isso facilita o aprendizado, memória, atenção, percepção e movimento.
Além disso, estudos anteriores destacaram uma forma de comunicação entre os neurônios que ainda não era conhecida pela ciência: no cérebro, centenas de proteínas são constantemente transportadas por toda a região em pequenos "sacos", envoltos por membranas, e funcionam como se fossem pequenos compartimentos, fechados por membranas, cheios de proteínas, como malas cheias de roupas.
Fonte: Cell Reports via Science Alert