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Cientistas explicam o que acontece com o cérebro depois da meia-noite

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Ermal Tahiri/Pixabay
Ermal Tahiri/Pixabay

O comportamento do cérebro muda ao longo do dia, acompanhando o ciclo circadiano — nosso relógio biológico. Segundo uma equipe de cientistas norte-americanos, a hipótese é de que nosso cérebro se torne mais impulsivo e as emoções fiquem mais afloradas, quando o relógio passa da meia-noite. Para o corpo, o esperado é que estivéssemos dormindo.

Publicado na revista científica Frontiers in Network Psychology, o estudo sobre o que acontece com o cérebro depois da meia-noite foi liderado por pesquisadores do Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos. "A noite está associada a um aumento de comportamentos impulsivos e mal-adaptativos", afirmam os autores.

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Em tese, isso acontece porque, durante a noite circadiana biológica — depois da meia-noite para a maioria das pessoas — há mudanças neurofisiológicas no cérebro que alteram a maneira como interagimos com o mundo. Estas alterações impactariam nossa capacidade de controlar os impulsos e processar informações.

O cérebro muda depois da meia-noite e afeta o comportamento

“A ideia básica é que, de um ponto de vista evolutivo global, seu relógio biológico interno está sintonizado ao processos que promovem o sono, não a vigília [ficar acordado], depois da meia-noite”, explica Elizabeth Klerman, pesquisadora do Massachusetts General Hospital e professora da Harvard Medical School, em comunicado.

“Existem milhões de pessoas que estão acordadas no meio da noite, e há evidências bastante boas de que seu cérebro não está funcionando tão bem quanto durante o dia”, pontua Klerman. “Meu apelo é para que mais pesquisas analisem isso, porque sua saúde e segurança, assim como a de outras pessoas, são afetadas”, aponta.

Inclusive, Klerman lembra que as descobertas podem ter efeitos em indivíduos que precisam ficar acordados à noite para trabalhar. Seriam os casos de pilotos de avião, profissionais da saúde, policiais e seguranças. Por isso, a pesquisadora adianta que mais estudos são necessários para que a hipótese (conceito) seja comprovada.

Impactos negativos do relógio nos hábitos

Pensando em experiências corriqueiras, é relativamente comum passar do horário de ir para cama e ficar mais alguns minutos no feed de alguma rede social, como o TikTok e o Twitter. Também é possível que, nesses horários, uma fome por doces surja inesperadamente ou outros comportamentos impulsivos se instalem.

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De acordo com esta hipótese sobre o cérebro depois da meia-noite, tende a ser mais comum cedermos a essas vontades à noite que durante o dia. Uma das possíveis explicações está relacionado com a dopamina, que é mais produzida pelo organismo à noite, e que desregularia nosso sistema de recompensa.

A partir de estudos anteriores, os autores explicam que os suicídios são estatisticamente mais prováveis ​​de ocorrer durante à noite. Homicídios e crimes violentos também são mais comuns nesse período. Em tese, isso ocorreria porque a probabilidade de ver o mundo de forma negativa fica maior, além de outros fatores envolvidos.

Fonte: Frontiers in Network PhysiologyMassachusetts General Hospital