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Cérebro humano armazena várias cópias de uma mesma memória

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Octavio J. García N/Pexels
Octavio J. García N/Pexels

O cérebro humano armazena várias cópias de uma mesma memória. É o que sugere um estudo da University of Basel (Suíça). As descobertas foram publicadas na revista Science no último dia 16. Segundo o estudo, essas cópias são preservadas durante um tempo específico, modificadas e, às vezes, deletadas ao longo do tempo.

O grupo contou com camundongos para entender como as memórias são armazenadas no cérebro e como elas mudam ao longo da vida. A descoberta foi que, no hipocampo (uma região do cérebro responsável pelo aprendizado), um único evento é armazenado em cópias paralelas de memória entre pelo menos três grupos diferentes de neurônios.

Basicamente, esses neurônios emergem em diferentes estágios durante o desenvolvimento embrionário.

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Os primeiros neurônios a chegar durante o desenvolvimento são responsáveis ​​pela persistência de longo prazo de uma memória. Nesse caso, a memória é inicialmente muito fraca para o cérebro acessar, mas se torna mais forte com o passar do tempo.

A cópia da memória do mesmo evento criada pelos neurônios nascidos mais tarde é muito forte no começo, mas desaparece com o tempo.

No meio termo, entre os neurônios que emergem entre os dois extremos durante o desenvolvimento, há uma cópia mais estável.

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Alterações da memória

Conforme apontam os cientistas envolvidos no artigo, as memórias armazenadas por um curto período após a aquisição pelos neurônios nascidos mais tarde podem ser modificadas e reescritas.

Ou seja: lembrar de uma situação logo após ela ter acontecido prepara neurônios nascidos mais tarde para integrar as informações dentro da memória original.

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Enquanto isso, lembrar do mesmo evento após um longo período prepara os neurônios nascidos mais cedo para serem reativados para recuperar sua cópia.

Capacidade de memória

“A dinâmica com a qual as memórias são armazenadas no cérebro é uma prova da plasticidade do cérebro, que sustenta sua enorme capacidade de memória”, afirma um dos autores, Vilde Kveim, em comunicado divulgado pela própria University of Basel.

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Segundo a equipe, a ativação de cópias específicas podem influenciar a forma como nos lembramos, mudamos e usamos nossas memórias.

“O desafio que o cérebro enfrenta com a memória é bastante impressionante. Por um lado, ele precisa se lembrar do que aconteceu no passado, para nos ajudar a dar sentido ao mundo em que vivemos. Por outro, ele precisa se adaptar às mudanças que acontecem ao nosso redor, e assim também nossas memórias, para nos ajudar a fazer escolhas apropriadas para o nosso futuro”, diz Flavio Donato, pesquisador que também assina o estudo.

O mistério das memórias

O cérebro é o órgão mais misterioso do corpo humano, e não é a toa: com o decorrer de vários estudos, a comunidade científica ainda busca compreender como as memórias funcionam e são armazenadas. 

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Outro estudo publicado na revista Science já chegou a apontar que a memória é composta por duas seções: passado e futuro

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Fonte: Science, University of Basel