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Magnetogenética | Ímãs no cérebro controlam mente de animais

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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vecstock/freepik
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Na Coreia do Sul, pesquisadores do Instituto de Ciência Básica (IBS) usam uma técnica conhecida como magnetogenética para “controlar” a mente através de campos magnéticos e ímãs. Os primeiros resultados dos testes com camundongos foram promissores, segundo a equipe.

A partir de nanopartículas magnetizadas e campos magnéticos, o grupo de cientistas conseguiu ativar seletivamente circuitos neurais profundos dos animais, sem nenhum fio, induzindo a comportamentos específicos, como buscar alimentos. É o que aponta o estudo publicado na revista Nature Nanotechnology.

Conhecida como Interface Magnetogenética para NeuroDinâmica (MIND), "esta é a primeira tecnologia do mundo a controlar livremente regiões cerebrais específicas usando campos magnéticos”, afirma Cheon Jin-Woo, diretor do Centro de Nanomedicina do IBS, em nota. “Esperamos que seja amplamente usada em pesquisas para entender funções cerebrais", acrescenta o cientista sul-coreano.

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Controlando a mente de animais

Nos testes com camundongos, os pesquisadores afirmam ter demonstrado a capacidade de ativar neurônios ligados com comportamentos maternos. Dessa forma, “despertaram” comportamentos maternais em fêmeas que não geraram filhotes, como se tivessem tido.

Além disso, a tecnologia com campos magnéticos foi usada para regular comportamentos alimentares dos animais ao mirar em determinados circuitos de uma região conhecida como hipotálamo lateral. Com isso, aumentaram em 100% o apetite dos animais, fazendo-os buscar comida.

Em outro teste, a ativação de neurônios excitatórios levou a uma redução de mais de 50% no apetite e comportamentos alimentares. Todos esses resultados apenas reforçam o potencial da técnica que pode ser usada para entender melhor os mecanismos que permitem o cérebro funcionar.

Magnetogenética em humanos?

Apesar do resultado positivo em controlar a mente de animais com a magnetogenética, o cérebro humano é muito mais complexo — são 100 bilhões de neurônios interconectados. Então, a técnica não foi testada e nem deve ser nos próximos anos, já que envolve inúmeras questões de segurança e um profundo debate ético.

No limite, a magnetogenética está próxima do que entendemos como controle mental e, por isso, é tão complexo pensar em futuros estudos clínicos envolvendo a tecnologia que usa os imãs para controlar a mente humana.

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Quase nada “disruptivas” nesse questão, as interfaces cérebro-máquina (BCI) usadas no chip cerebral da Neuralink levaram inúmeros anos para obter autorização para os primeiros testes clínicos, após inúmeros experimentos com diferentes espécies de animais. Hoje, a tecnologia só foi testada em apenas duas pessoas, o que só reforça a distância de algum experimento com magnetogenética.

Fonte: Nature Nanotechnology, IBS