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Células reprogramadas retardam envelhecimento em laboratório

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Nashua Volquez-Young/Pexels
Nashua Volquez-Young/Pexels

Cientistas descobriram que o tratamento com células CAR-T (receptores de antígeno quimérico), já utilizadas em terapias contra o câncer, consegue rejuvenescer corpos idosos e prevenir problemas relacionados à velhice em jovens. O método foi testado e aprovado em camundongos, que mantiveram o benefício por toda a vida após apenas uma dose — e pode ser o futuro das terapias para retardar o envelhecimento ou senescência e as doenças relacionadas à idade, como diabetes e obesidade.

Os responsáveis pela descoberta foram os pesquisadores do Laboratório de Cold Spring Harbor, EUA, que publicaram um estudo contando tudo sobre ela no periódico científico Nature Aging. As células senescentes são as que pararam de se multiplicar, mas não se autodestruíram — com a idade, nosso corpo fica menos eficiente na sua limpeza, e elas acabam causando inflamações crônicas, levando às doenças da velhice.

CAR-T contra a velhice

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Para combater as células senescentes, as CAR-T foram modificadas para atacar a proteína da superfície celular presentes nelas — chamada de receptor plasminogênio uroquinase (uPAR, para facilitar). As células CAR-T foram reprogramadas para se ligar a essas proteínas, eliminando-as.

Camundongos tratados com o composto modificado mantiveram peso corporal menor, metabolismo melhor e maior tolerância à glicose, sendo até mais ativos fisicamente. Os mais velhos rejuvenesceram e os mais jovens envelheceram mais devagar — mesmo os que receberam dietas altamente gordurosas. 

Fonte da juventude?

Segundo os cientistas, nenhuma outra terapia consegue fazer isso. Nos Estados Unidos e no Brasil, o tratamento com células CAR-T já foi aprovado para o combate ao câncer, mas essa é primeira vez que se prova o efeito positivo da droga contra os efeitos da velhice.

Além de não ser tóxico e nem causar danos aos órgãos, o método com as CAR-T modificadas para combater os uPAR se manteve presente por toda a vida dos camundongos, continuando no fígado e baço dos que receberam a terapia até 12 meses após a primeira dose.

Rejuvenescimento em humanos

Os cientistas ainda irão investigar se o efeito de melhora na saúde poderá garantir a longevidade de fato, passando, eventualmente, para testes com humanos em laboratório. Ainda deverá demorar alguns anos para que o tratamento fique disponível para nós, mas a ciência já tem um excelente ponto de partida.

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Fonte: Nature Aging, Cold Spring Harbor Laboratory