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Caso de variante genética rara levanta debate sobre limite de filhos por doador

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Kyle Nieber/Unsplash
Kyle Nieber/Unsplash

Um caso apresentado na The European Human Genetics Conference 2025, realizada entre o último sábado (24) e terça-feira (27) em Milão, Itália, reacendeu o debate sobre a ausência de um limite internacional de filhos por doador de esperma. Organizado pela European Society of Human Genetics (ESHG), o evento destacou a situação de um doador com uma mutação genética rara ligada ao câncer, cujos gametas foram usados para conceber pelo menos 67 crianças em oito países europeus.

A variante genética foi identificada no gene TP53, associada à síndrome de Li-Fraumeni, uma das mais graves predisposições hereditárias ao câncer. Das 67 crianças concebidas, 23 herdaram a mutação, e 10 já foram diagnosticadas com cânceres como leucemia e linfoma não-Hodgkin.

O caso veio à tona após duas famílias notificarem suas clínicas de fertilidade, levantando preocupações quanto à disseminação inadvertida de doenças genéticas.

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Especialistas pedem a criação de um limite europeu de famílias por doador. A European Sperm Bank, responsável pelo sêmen, mantém um limite próprio de 75 famílias, mas não divulga o número exato de crianças geradas por doador.

De acordo com os pesquisadores, a falta de regulamentação internacional dificulta o rastreamento de famílias quando há um risco genético envolvido. Eles defendem sistemas mais eficazes para monitorar o uso de gametas e notificar os receptores, e ressaltam que o caso traz um alerta sobre a necessidade de normas na reprodução assistida para prevenir novos episódios semelhantes. Vale lembrar, por exemplo, do homem proibido de doar esperma após mentir e ter mais de 550 filhos.

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Fonte: The Guardian