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Candida auris | Casos de fungo mortal crescem nos EUA

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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 Stephanie Rossow/CDC
Stephanie Rossow/CDC

Casos do fungo resistente Candida auris, conhecido por sua alta taxa de letalidade, estão aumentando nos Estados Unidos, segundo relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Em 2020, o país registrou 756 diagnósticos da infecção fúngica, que é resistente à maioria dos medicamentos. Em 2021, o número quase dobrou, chegando a 1.471.

Diante do atual cenário de disseminação, no qual os dados referentes ao ano passado ainda são levantados, o CDC considera a questão do fungo Candida auris como uma "séria ameaça à saúde global". Afinal, a infecção resistente leva ao óbito 30% a 60% das pessoas contaminadas.

No entanto, é preciso considerar que, de forma geral, os indivíduos que contraem o fungo já têm o sistema imunológico debilitado por alguma razão e a taxa de letalidade pode ser outra para pessoas saudáveis. O maior risco está associado a idosos, hospitalizados ou portadores de dispositivos médicos, como ventiladores ou cateteres.

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Por que os EUA enxergam o fungo como uma ameaça para a saúde pública?

No entendimento do CDC, existem três principais fatores associados ao risco do C. auris para a saúde pública:

  1. A infecção é multirresistente, ou seja, a doença continua mesmo após o uso da maioria dos antifúngicos disponíveis no mercado;
  2. A identificação de um paciente doente não é um processo simples, já que exige a necessidade de laboratórios especializados, o que pode atrasar o tratamento;
  3. A infecção pelo fungo, normalmente, não se limita a um único caso. Na verdade, costumam ocorrer surtos do agente infeccioso em ambientes hospitalares, após a notificação do primeiro caso.

Disseminação do fungo Candida auris pelo mundo

Cabe destacar que o problema do C. auris não é limitado aos EUA. Desde o primeiro caso conhecido, em 2009, o fungo já foi encontrado em mais de 30 países, incluindo o Brasil. A ameça está listada em ranking da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre os fungos mais perigosos à saúde pública, que foi publicado em outubro do ano passado.

Entre os brasileiros, o terceiro e mais recente surto ocorreu em um hospital de Recife, no estado de Pernambuco, entre os meses de dezembro de 2021 e março de 2022. Na ocasião, nove pacientes contraíram a infecção resistente e, infelizmente, quatro faleceram em decorrência da evolução da doença. O desfecho do episódio foi publicado em uma revista científica por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Afinal, a infecção pelo fungo mortal tem tratamento?

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Apesar dos riscos, o CDC destaca que "a maioria das infecções por C. auris são tratáveis ​​com uma classe de medicamentos antifúngicos chamados equinocandinas". Estes casos tendem a ocorrer especialmente em pessoas com melhores indicadores de saúde e sem comorbidades.

Por outro lado, algumas infecções são mais resistentes aos remédios disponíveis e, caso cheguem à corrente sanguínea, o risco de maior é significativamente maior. Para evitar o desfecho, o CDC explica que "várias classes de antifúngicos em altas doses podem ser necessárias" e, dependendo do quadro, podem funcionar, salvando o paciente.

Fonte: CDC BBC