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Recife enfrenta surto de superfungo, alerta Anvisa

Por| Editado por Luciana Zaramela | 13 de Janeiro de 2022 às 14h20

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 Stephanie Rossow/CDC
Stephanie Rossow/CDC

Após confirmação do primeiro caso do superfungo Candida auris, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária alerta para o surto do agente infeccioso na cidade de Recife, em Pernambuco. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), outros dois casos suspeitos da infecção estão em fase de investigação.

Em nota técnica, divulgada na quarta-feira (12), a Anvisa explica que o agente infeccioso "Candida auris é um fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde pública". No Brasil, este é o terceiro surto do fungo rastreado pelas autoridades de saúde locais. No mundo, o primeiro caso conhecido é de 2009, quando infectou uma mulher japonesa.

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A agência lembra que, apesar de haver um único caso confirmado do superfungo em um homem, "pode-se considerar que há um surto de Candida auris, porque a definição epidemiológica de surto abrange não apenas uma grande quantidade de casos de doenças contagiosas ou de ordem sanitária, mas também o surgimento de um microrganismo novo na epidemiologia de um país ou até de um serviço de saúde — mesmo se for apenas um caso".  

Segundo a Anvisa, "desde a identificação do caso suspeito, o hospital [mais especificamente, o Hospital da Restauração] estabeleceu as medidas de precaução e adotou ações para prevenção e controle do surto".  Além disso, os laboratórios de microbiologia devem intensificar a vigilância laboratorial para o superfungo.

O que é Candida auris?

O fungo pode causar infecção de corrente sanguínea e outras infecções invasivas. Nesse sentindo, a doença pode ser fatal, principalmente em pacientes imunodeprimidos ou com comorbidades, segundo a Anvisa. O Candida auris é conhecido por ser resistente a praticamente todos os medicamentos existentes e, por isso, é classificado como um superfungo.

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"Esse fungo é resistente a maioria dos medicamentos fungicidas para tratamento da maioria dessas ocorrências. Ele é um organismo emergente que há alguns anos vem se propagando entre os hospitais do mundo todo”, explicou George Dimech, epidemiologista da SES-PE, para o G1.

É fácil de ser eliminado?

O agente infeccioso apresenta elevada propensão em causar surtos por causa da dificuldade do diagnóstico pelos métodos laboratoriais rotineiros e pela difícil eliminação de ambientes contaminados.

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Inclusive, o fungo pode permanecer viável por longos períodos no ambiente — semanas ou meses. Além disso, "apresenta resistência a diversos desinfetantes, entre os quais, os que são à base de quaternário de amônio", explica a Anvisa.

Como foi feito o teste do superfungo?

De acordo com as autoridades de saúde, a identificação do primeiro caso foi confirmada pelo laboratório de referência da região, o Laboratório Central de Saúde Pública Prof. Gonçalo Moniz – Lacen/BA. 

Para chegar a essa identificação, a amostra passou por análises utilizando o Maldi-Tof (Matrix-Assisted Laser Desorption Ionization Time-of-Light). Este método usa ionização para diagnosticar as proteínas de uma bactéria ou fungo. 

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Fonte: Anvisa e G1