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Câncer associado ao HPV aparece em paciente anos após vida sexual ativa

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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MariaSiurt/Envato
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No Reino Unido, um homem buscou ajuda médica por causa de uma insistente dor de garganta e cansaço constante. Após algumas tentativas de diagnóstico, o paciente de 55 anos descobriu que estava com câncer de garganta, provocado pela infecção do vírus do papiloma humano (HPV), através do contato sexual oral.

O caso do britânico Steve Bergman não é tão incomum quanto se imagina, ainda mais quando o tema é o HPV e o risco de câncer. Isso porque, além do tabagismo, consumo excessivo de álcool e má alimentação, o sexo oral pode ser considerado um dos fatores de risco para o tumor na garganta. Ainda mais quando a pessoa não foi vacinada contra o vírus.

A questão é que, na maioria das vezes, o HPV é mais relacionado com outros tipos de câncer, como o câncer de colo de útero, pênis, vagina, vulva, boca ou mesmo ânus. No entanto, o vírus pode infectar qualquer região e, dependendo de inúmeros fatores, desencadear a formação de um tumor. Inclusive, ganhou repercussão nos últimos meses o caso de uma norte-americana que desenvolveu este tipo de câncer na ponta do dedo.

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Câncer de garganta por HPV

Em depoimento para a European Cancer Organisation, o paciente Bergman conta a história do seu diagnóstico de câncer de garganta, feito no final de 2016. À época, ele contou: “tive uma série de resfriados que pareciam ser um atrás do outro, e eu também tinha dores de garganta e sentia cansaço”.

Então, o paciente britânico decidiu buscar orientação médica. Num primeiro momento, o médico associou os sintomas com um quadro de sinusite e receitou uma medicação padrão. Em outra consulta, o homem relatou ao novo médico que sentia “uma dor na lateral do pescoço”, o que acionou o sinal de alerta e, imediatamente, foi enviado para o hospital.

Após a biópsia, os profissionais identificaram um caso de câncer na amígdala direita em estágio 4, o que já é bastante agressivo — o próximo estágio é o último, marcado pela presença de metástase. No tratamento, Bergman precisou passar por uma cirurgia de remoção do tumor, além da quimioterapia e radioterapia. O seu corpo respondeu bem, entrando em remissão completa. Ele está oficialmente curado, sem sinais da doença, desde o ano retrasado.

Embora o paciente não se lembre do episódio que provocou a infecção pelo HPV — algo que teria acontecido há, talvez, 30 anos — , ele comenta que na juventude teve uma vida sexual ativa. Afinal, a infecção nem sempre é associada com sintomas visíveis e a prevalência do vírus é alta na população em geral. No entanto, apenas um pequeno grupo desenvolve complicações.

Vacinação do HPV contra o câncer

Os últimos anos do homem britânico poderiam ser diferentes, caso ele tivesse recebido a vacina contra o HPV mais novo, como muitos médicos e especialistas propõem. Por exemplo, no Brasil, o imunizante é gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS) para adolescentes de 9 a 14 anos e pessoas imunossuprimidas de até 45 anos, como os indivíduos que convivem com o HIV.

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"Se a vacinação tivesse sido oferecida quando eu era muito mais jovem, teria aproveitado a oportunidade”, completa o paciente sobre a sua experiência com o câncer de garganta.

Fonte: European Cancer Organisation