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ButanVac é eficaz contra variantes Alfa, Beta e Gama, aponta estudo com animais

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Outubro de 2021 às 17h20

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Alexstand/Envato Elements
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Em estudos pré-clínicos, a vacina ButanVac contra a covid-19 demonstrou ser imunogênica e induzir uma produção potente de anticorpos neutralizantes, inclusive contra as variantes Alfa (B.1.1.7), Beta (B.1.351) e Gama (P.1) do coronavírus SARS-CoV-2. Em humanos, os testes já estão em andamento e são coordenados pelo Instituto Butantan, no Brasil.

Os dados sobre a eficácia da ButanVac contra a covid-19 em roedores foram publicados na revista científica Nature Communications. Além de cientistas do Butantan, assinam o artigo pesquisadores do Hospital Mount Sinai, em Nova York, do Instituto de Vacinas e Biologia Médica do Vietnã e da Organização Farmacêutica Governamental da Tailândia.

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Entenda o estudo

No estudo pré-clínico, os pesquisadores avaliaram a capacidade protetora da vacina ButanVac em camundongos e hamsters. Para isso, foram testados dois formatos de administração do imunizante: a primeira versão, que será produzida no Butantan, é feita com vírus inativados e aplicada por via intramuscular, e a segunda, que utiliza vírus vivos, cuja aplicação é via intranasal.

Os resultados demonstraram que o imunizante induziu a produção de anticorpos neutralizantes contra a replicação do SARS-CoV-2. Além disso, a concentração de anticorpos neutralizou as variantes Alfa, Beta e Gama. Os estudos com a variante Delta (B.1.671.2) ainda estão em desenvolvimento.

“Embora os ensaios com humanos estejam em andamento (na versão inativada no Brasil, Tailândia e Vietnã, e na versão intranasal no México), demonstramos aqui a versatilidade da vacina NDV-HXP-S em estudos pré-clínicos utilizando camundongos e hamsters, destacando sua eficácia como vacina viva ou inativada”, explicam os pesquisadores.

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"Foi observado que camundongos e hamsters vacinados com a NDV-HXP-S [nome oficial da ButanVac] desenvolveram fortes respostas de anticorpos que não apenas neutralizaram o coronavírus SARS-CoV-2, mas também neutralizaram as variantes de preocupação”, apontam.

Como funciona a ButanVac?

Para imunizar contra o coronavírus, a ButanVac adota um vírus responsável pela Doença de Newcastle (DNC) — que não provoca sintomas em seres humanos, mas atinge aves — como vetor viral inativado. Dessa forma, o vírus da DNC é editado geneticamente e tem incluído no seu material genético fragmentos do vírus da covid-19 para que, assim, desencadeie uma resposta imunológica contra infecções futuras. A estratégia do vetor viral também é adotada pela Covishield (Oxford/AstraZeneca) e pela fórmula da Janssen (Johnson & Johnson).

Caso demonstre eficácia e segurança no uso humano, a ButanVac será produzida 100% em solo brasileiro a partir da inoculação do vetor viral em ovos embrionados de galinhas — mesma tecnologia da vacina contra a influenza (gripe). Anualmente, o instituto já produz 80 milhões de vacinas da gripe usando ovos.

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Vale explicar que a potencial vacina é resultado de um consórcio internacional que tem, como produtores públicos, o Butantan, o Instituto de Vacinas e Biologia Médica do Vietnã e a Organização Farmacêutica Governamental da Tailândia. Além disso, a tecnologia do uso do vírus da doença de Newcastle foi desenvolvida‪ por cientistas na Icahn School of Medicine no Mount Sinai, em Nova Iorque. Já as proteínas S estabilizadas do vírus SARS-CoV-2 utilizadas na vacina, com tecnologia HexaPro, foram desenvolvidas na Universidade do Texas, em Austin.‬‬‬‬

Para acessar o estudo completo sobre a Butanvac, publicado na revista científica Nature Communications, clique aqui.

Fonte: Instituto Butantan