“Atlas” inédito mostra como células de embriões se desenvolvem com o tempo
Por Lillian Sibila Dala Costa • Editado por Luciana Zaramela |
Em um esforço de anos, cientistas conseguiram montar um atlas tridimensional do nascimento de um embrião de peixe, mostrando não só o formato da estrutura biológica em alta resolução, mas também os genes que estão sendo ativados em cada fase.
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A espécie estudada é o peixe-zebra (Danio rerio), dando à biblioteca embrionária o nome de Zebrahub. A maioria dos genes da espécie é bastante próxima dos genes humanos, e os componentes principais de suas células são comuns a todos os vertebrados do mundo. Além disso, nos primeiros estágios da vida, todos os embriões são bastante parecidos.
O atlas embrionário e seus usos
Para a confecção do catálogo informativo, os cientistas tiveram de criar novos métodos de estudar embriões de peixes-zebra. Normalmente, para localizar células, é necessário tirar fotos microscópicas dos embriões — foi criado, então, um novo tipo de microscópio que passa uma fina camada de luz por todo o embrião, tirando fotografias ao longo do caminho, o que evita danos às células pelo uso de lasers.
Foram estudadas mais de 120.400 células de 40 embriões de peixe-zebra, bem como larvas entre 10 horas e 10 dias de vida. A resolução permitiu notar tipos de células que escapam em outros métodos, como células-tronco neuro-mesodermais progenitoras, que se transformam em células nervosas e músculos.
Entre os benefícios que o Zebrahub oferece, está a possibilidade de estudar condições humanas através da comparação com outros animais, já que, é claro, não podemos estudar embriões humanos da mesma maneira. Um grupo de cientistas já conseguiu identificar potenciais genes responsáveis por doenças oculares como a catarata, o que pode ajudar no combate às condições.
Defeitos de nascença e outros problemas congênitos estão entre as principais possibilidades de estudo, mas a base de dados vai mais além: através dela, poderemos descobrir porque peixes-zebra regeneram partes do corpo após perdê-las ao contrário de nós, por exemplo, ou o que faz nosso corpo evelhecer, exatamente.