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Assintomáticos também podem ter danos no coração causados pela COVID, diz estudo

Por| 18 de Agosto de 2020 às 19h45

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Reprodução: Freepik/8photo
Reprodução: Freepik/8photo

Os sintomas da COVID-19 estão a cada dia mais claros no diagnóstico clínico da doença, mas também existem aqueles que acabam não sentindo nenhuma evidência de contaminação, os assintomáticos. Há, inclusive, quem vem experienciando os sintomas da doença por mais tempo que o normal, como dores musculares e dificuldade de respirar, por exemplo.

Porém, de acordo com um estudo recente publicado na revista médica JAMA no mês passado, até mesmo os assintomáticos podem sofrer com as consequências que o vírus SARS-CoV-2 leva ao organismo. A pesquisa mostra que as pessoas que não apresentaram sintomas da COVID-19 podem ter sofrido inflamações e danos no coração, o que pode trazer consequências graves como ataques cardíacos e insuficiência cardíaca.

O estudo contou com 100 pacientes, com idade média de 49 anos, que recentemente se curaram da COVID-19, e grande parte deles teve sintomas leves ou foi assintomática. Eles passaram por exames de ressonância magnética do coração cerca de dois meses depois de terem sido diagnosticados com o novo coronavírus.

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Os resultados mostraram que 78% dos pacientes apresentaram anormalidades no coração, enquanto 60% contavam com miocardite, inflamação que não estava relacionada a nenhuma outra doença pré-existente. "Esses achados indicam a necessidade de dar continuidade a uma investigação de longo prazo sobre as consequências cardiovasculares da COVID-19", diz a pesquisa.

Até o momento, acredita-se na combinação dos danos causados pelo próprio coronavírus com os efeitos colaterais provocados pela resposta imunológica do organismo infectado. Além disso, o uso de anti-inflamatórios potentes, como a dexametasona, que vem sendo usada em pacientes críticos, podem provocar efeitos anti-inflamatórios ao órgão.

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"O novo coronavírus pode afetar o coração direta e indiretamente: ele pode invadir as células do miocárdio causando miocardite, que reduz a habilidade de bombear [sangue] do órgão, o tornando vulnerável para arritmias. Muitos casos de cardiomiopatia induzida por estresse foram relatados, e isso pode levar à insuficiência cardíaca transitória e morte súbita", explica Holly S. Andersen, cardiologista e professora de medicina.

Andersen revela ainda que o SARS-CoV-2 também pode provocar danos nos pacientes com a formação de coágulos em pequenos vasos de órgãos, incluindo o coração. Isso pode causar doenças pulmonares, que sobrecarregam o coração de forma significativa e pode causar um dano imunológico grave conhecido como "tempestade de citocinas".

A pesquisa aponta para a importância de testar a população em massa para fazer o acompanhamento dos sintomas, sempre que houver resultado positivo, monitorando os danos causados pelo SARS-CoV-2. Agora, os pesquisadores estão tentando descobrir como exatamente o vírus levou os pacientes a sofrerem de miocardite.

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Fonte: Forbes, JAMA Network