Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Anvisa aprova 1º remédio para prevenir a covid-19, mas uso é limitado

Por| Editado por Luciana Zaramela | 24 de Fevereiro de 2022 às 18h30

Link copiado!

Rthanuthattaphong/Envato Elements
Rthanuthattaphong/Envato Elements

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta quinta-feira (24), o uso temporário e emergencial do medicamento Evusheld, composto por dois anticorpos sintéticos, o cilgavimabe e o tixagevimabe. A fórmula foi desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca para prevenir a covid-19 em pacientes imunossuprimidos e com alto risco de complicações ou que não podem ser imunizados.

"Trata-se do primeiro medicamento com indicação profilática autorizado no Brasil", explica a Anvisa, em nota. Isso significa que o medicamento da AstraZeneca contra a covid-19 é um tipo de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). Esta estratégia é comum, por exemplo, na prevenção do HIV.

Continua após a publicidade

No momento, o remédio que pode prevenir a covid-19 já foi aprovado, de forma emergencial, por autoridades reguladores de sete países. A seguir, confira a lista de nações em que o uso está liberado:

  • Estados Unidos;
  • França;
  • Israel;
  • Itália;
  • Barein;
  • Egito;
  • Emirados Árabes Unidos.

Quem pode usar o remédio?

O medicamento da AstraZeneca poderá ser usado por pessoas com mais de 12 anos e que pesem pelo menos 40 kg. Além disso, a medicação não é adequada para casos suspeitos ou confirmados da infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2, ou seja, o uso é exclusivamente preventivo.

O indivíduo também deve apresentar "comprometimento imunológico moderado a grave devido a uma condição médica e/ou ao recebimento de medicamentos ou tratamentos imunossupressores", comenta a Anvisa. Nessas condições, o paciente pode "não apresentar uma resposta imunológica adequada à vacinação contra a covid-19", explica.

Por fim, "o medicamento também será indicado para quem a vacinação com qualquer vacina contra a covid-19 disponível não seja recomendada, devido a histórico de reação adversa grave (por exemplo, reação alérgica grave) ou alergia a algum componente da vacina contra covid-19", completa.

Das pessoas imunocomprometidas, quem se enquadra?

De acordo com a Anvisa, poderão usar o medicamento que previne a covid-19 pessoas que se enquadram em pelo menos um dos seguintes quadros de imunossupressão:

Continua após a publicidade
  • Pacientes em tratamento contra um tumor sólido e malignidades hematológicas;
  • Pessoas que receberam o transplante de órgão sólido ou que realiza terapia imunossupressora;
  • Quem faz tratamento com células CAR-T ou fez transplante de células-tronco hematopoiéticas nos últimos 2 anos;
  • Indivíduos com imunodeficiência primária moderada ou grave, como aqueles que têm a síndrome de DiGeorge e a síndrome de Wiskott-Aldrich;
  • Pessoas com HIV em estágio de infecção avançada ou não tratada;
  • Quem faz tratamento ativo com corticosteroides em altas doses.

Vale destacar que outros casos de doenças imunossupressoras podem ser incluídas nesta lista, conforme as indicações médicas do caso.

Como funciona o tratamento?

Continua após a publicidade

O medicamento para a prevenção da covid-19 em pacientes imunossuprimidos é composto por dois frascos, compostos por anticorpos monoclonais (cilgavimabe e tixagevimabe). A aplicação do medicamento é feita por via intramuscular, inicialmente, em uma única vez.

Produzidos em laboratório, estes anticorpos simulam a ação de anticorpos naturais do organismo contra o coronavírus. A versão sintética é programada artificialmente para atingir uma proteína específica do vírus e impedir que a infecção se instale no corpo do paciente. Dados apontam que o tratamento é eficaz contra as novas variantes, como a Ômicron (B.1.1.529).

“Estamos falando de dois anticorpos monoclonais IgG1 humanos. Ou seja, anticorpos modificados e utilizados de forma a se ligarem à proteína spike do vírus para impedir que ele se replique, neutralizando-o”, detalha o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes Lima Santos, para a Agência Brasil.

Medicação da AstraZeneca substituiu vacina?

Continua após a publicidade

Como o remédio deve ser usado de forma preventiva, é possível que as pessoas se perguntem sobre a necessidade (ou não) da vacinação. No entanto, a Anvisa explica que "a profilaxia pré-exposição com Evusheld não substitui a vacinação para indivíduos em que a vacinação contra a covid-19 seja recomendada".

"Pessoas para as quais a vacinação é indicada devem receber o imunizante contra covid-19. Isso inclui as pessoas com comprometimento imunológico moderado a grave, mas que podem se beneficiar da vacinação contra a covid-19, segundo avaliação profissional", completa a agência.

Fonte: Anvisa e Agência Brasil