Fiocruz avança na produção nacional de remédio para prevenir HIV
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 02 de Dezembro de 2021 às 10h40
O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), avançou em mais uma etapa na transferência de tecnologia para a produção 100% nacional de um remédio contra o HIV. Até o final do processo, o Brasil poderá produzir, de forma autônoma, um antirretroviral composto usado na Profilaxia Pré-exposição (PrEP) ao vírus da Aids.
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O antiviral composto que será produzido pela Fiocruz é constituído pela junção do entricitabina e do tenofovir. Por enquanto, a instituição está nas fases iniciais do processo de transferência de tecnologia, onde produz as embalagens para os futuros comprimidos.
"O Instituto concluiu a etapa de embalagem primária do medicamento, totalizando cerca de 75 mil unidades farmacêuticas, três lotes de qualificação, que já poderão ser distribuídos ao Ministério da Saúde (MS)", explicou a Fiocruz, em nota.
Entenda como funciona o remédio contra o HIV da Fiocruz
Vale explicar que o remédio da Fiocruz é receitado como Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). Em outras palavras, este medicamento é usado em um esquema de prevenção à infecção por HIV, que funciona como uma espécie de barreira química contra o vírus. O uso é contínuo e é indicado para indivíduos que tenham alto risco de contrair o vírus da Aids, como trabalhadores do sexo.
Além da PrEP, é importante mencionar também a existência da Profilaxia Pós-Exposição (PEP). Este é um tratamento com antiviral prescrito para quem teve um possível contato com o HIV, como em casos de violência sexual, relação sexual desprotegida (sem o uso de preservativo ou com rompimento dele) e acidente ocupacional. O uso da medicação precisa começar em até 72h do incidente e deve se prolongar por 28 dias.
Próximas etapas da transferência de tecnologia
Diferente de outros casos, a transferência de tecnologia funcionará de forma reversa. Nesse caso, ela começa pelas etapas de Controle de Qualidade e embalagens, seguindo todos os requisitos de validação junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e continua a internalização das demais fases.
Em 2022, está previso o início da próxima etapa, quando ocorrerá a absorção do processo de fabricação dos comprimidos "para que todo o processo produtivo seja realizado nas instalações do Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM) de Farmanguinhos".
Fonte: Agência Fiocruz