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Anticorpo duplo: como a técnica pode ajudar a prevenir e neutralizar a COVID?

Por| Editado por Claudio Yuge | 29 de Março de 2021 às 20h40

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iLexx/Envato Elements
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Pesquisadores ainda investigam formas de combater infecções pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), de forma segura e eficaz, através de medicamentos. Até o momento, a maioria dos testes para terapias contra a COVID-19 não demonstraram bons resultados em testes, mas, agora, um consórcio internacional de cientistas pode ter descoberto uma saída: o uso de anticorpos bioespecíficos.

Ainda em fase de testes, a nova tecnologia contra a COVID-19 foi pensada a partir de dois tipos de anticorpos (C121 e C135) obtidos em pessoas que se recuperaram da infecção. De acordo com o preprint — artigo ainda não revisado por pares — publicado na revista científica Nature, o tratamento com o anticorpo duplo conseguiu neutralizar o coronavírus original e suas variantes (o caso da do Reino Unido) e protegeu camundongos contra a doença.

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Tratamento com anticorpos já é usado contra o câncer

O novo tratamento contra o coronavírus foi desenvolvido por um consórcio internacional com a participação de pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia. Um método semelhante já é utilizado no combate de alguns tipos de tumores e já vem sendo testado em humanos. Caso sua eficácia e segurança seja comprovada, o uso será de extrema importância.

“O fato de algumas pessoas não responderem às vacinas e de levar vários anos para que todo o mundo seja vacinado contra a COVID-19, significa que haverá uma necessidade contínua de medicamentos que possam nos proteger ou tratar a doença”, explicou o pesquisador Qiang Pan-Hammarström, professor de Biociências e Nutrição do Instituto Karolinska e co-autor do estudo, para a Veja.

Como funciona o anticorpo duplo contra a COVID-19?

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O tratamento com anticorpos já demonstrou eficácia contra o coronavírus, no entanto, o seu uso encontra algumas barreiras, como a formação de novas variantes do agente infeccioso que podem escapar do tratamento inicial. Para contornar a questão, os cientistas fundiram dois anticorpos naturais em uma única molécula artificial, chamada de anticorpo biespecífico.

De forma diferente, o anticorpo duplo tem dois alvos diferentes e simultâneos para atacar um mesmo vírus, ou seja, a possibilidade de identificar o vírus, mesmo com pequenas variações e mutações, é maior. Com isso, o tratamento impede que o agente infeccioso passe por uma seleção natural, onde, eventualmente, pode mutar e escapar dessa forma de controle.

No experimento pré-clínico com camundongos, uma única injeção do anticorpo reduziu, de forma significativa, a carga viral nos pulmões dos animais e, dessa forma, atenuou a inflamação. Agora, o próximo passo da nova terapia com anticorpos é iniciar os testes em humanos e verificar se há a mesma eficácia no controle da COVID-19.

Para conferir o artigo completo sobre anticorpo duplo contra a COVID-19, publicado na revista científica Nature, clique aqui.

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Fonte: Veja