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Termografia infravermelha pode rastrear COVID-19 com precisão, segundo estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 28 de Março de 2021 às 19h00

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IciakPhotos/Envato
IciakPhotos/Envato

Em meio à pandemia, medir a temperatura tem sido um meio de ajudar a detectar indivíduos infectados com a COVID-19, algo comumente realizado em entradas de estabelecimentos. Mas um novo estudo da Universidade McGill (Canadá) apontou os potenciais da termografia infravermelha ao rastrear a doença em questão.

Segundo os pesquisadores, usar abordagens tradicionais para triagem de temperatura tem várias falhas importantes. A primeira é que, a menos que a temperatura seja medida na axila, boca ou tímpano, o que está sendo registrado é a temperatura da pele, não a temperatura do corpo em si. 

O estudo explica que a diferença é importante, considerando que enquanto a temperatura central dos humanos é estável em torno de 37º C, a temperatura da superfície mostra muita variação entre os indivíduos ao longo do tempo, devido a fatores ambientais como o calor e umidade, atividade física, hormônios e diferenças no fluxo sanguíneo. O resultado é a falta de um valor de referência preciso para a temperatura “normal” da testa.

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Os pesquisadores ressaltam que muitos fatores diferentes podem desencadear a febre, por isso não é específico da infecção por COVID e, por si só, tem valor muito limitado na previsão da doença. De qualquer forma, eles descobriram que uma diferença de temperatura igual ou superior a 0,55º C entre a testa e o olho é altamente preditiva de infecção por COVID-19 e, mais importante, ajuda a discernir entre pessoas com e sem infecção por COVID-19 quando há um histórico de contato próximo com um indivíduo infectado e sintomas leves.

Os resultados do estudo, que utilizou a termografia infravermelha para rastrear a COVID-19, questionam a abordagem de triagem atual e abrem o caminho para a adoção de melhores estratégias que podem ser facilmente implantadas de uma maneira ampla.

“No entanto, é preciso ter cautela na interpretação dos resultados, pois se trata de um estudo piloto. Outra limitação potencial que precisa ser tratada antes de uma implementação mais ampla do método são as preocupações éticas sobre a imagem do rosto dos indivíduos, mas isso pode ser superado borrando as imagens e automatizando o método", diz a pesquisadora Luna Ramirez-Garcia. 

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Com isso, ainda há trabalho pela frente para validar se os resultados podem ser replicados em diferentes ambientes, como a entrada de um edifício ou a entrada de uma estação de metrô, com equipamentos diferentes. “Atualmente, estamos trabalhando na automação do método para eliminar parte de sua variabilidade e em busca de parcerias para testar em diferentes cenários”, conclui a pesquisadora.

Fonte: McGill University via Futurity