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Alzheimer pode ser transmitido por injeções proibidas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Janeiro de 2024 às 17h49

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Tima Miroshnichenko/Pexels
Tima Miroshnichenko/Pexels

A causa do Alzheimer ainda é alvo de muita discussão — e muita pesquisa. A mais recente delas (publicada na Nature Medicine) indicou evidências de que a doença poderia ser transmitida de uma pessoa para outra através de um procedimento com injeções, atualmente proibido. 

As informações têm base no que aconteceu entre 1959 e 1985, quando cerca de 200 crianças foram submetidas ao tal procedimento, cujo objetivo era "tratar" a baixa estatura. Futuramente, esses participantes desenvolveram uma doença degenerativa chamada Creutzfeldt-Jakob, causada por uma proteína chamada príon. As novas evidências apontam que esse método também pode ter levado ao Alzheimer.

No procedimento, as crianças recebiam por injeção o hormônio do crescimento. No entanto, esses hormônios vinham de cadáveres. A prática foi proibida, e substituída por versões sintéticas da substância.

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Os príons fazem com que proteínas saudáveis ​​se dobrem de maneiras anormais e prejudiciais, já que se agrupam e formam fibras longas que eventualmente se transformam em placas.

Na nova pesquisa, os autores perceberam que essas crianças também tinham um acúmulo de beta-amiloide no cérebro. Naturalmente, a beta-amiloide está presente no cérebro de todo mundo, mas em pessoas com Alzheimer, ela se acumula em quantidades anormais e forma placas (semelhante ao caso dos príons).

O problema é que, até então, como os participantes do polêmico estudo morreram relativamente jovens, não estava claro se desenvolveram sintomas da doença de Alzheimer.  Dessa vez, os cientistas analisaram amostras de oito desses pacientes: cinco deles apresentaram sinais de demência de início precoce.

Alzheimer pode ser transmitido de pessoa para pessoa?

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Isso significa que o Alzheimer pode ser transmitido de pessoa para pessoa? Isto é: conviver com alguém que tem a doença faz com que você desenvolva com o tempo? Absolutamente não! 

“Isso não é transmissível no sentido de uma infecção viral ou bacteriana. Não se pode contrair a doença de Alzheimer vivendo com alguém com Alzheimer, sendo cuidador ou profissional de saúde”, esclarece um dos autores, John Collinge, da University College London. 

Por outro lado, existem fatores genéticos que aumentam o risco de Alzheimer, como o caso de uma variante no gene TCPN1.

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O novo estudo traz a teoria de que o Alzheimer pode ser semelhante ao príon, com proteínas degeneradas que levam a uma reação em cadeia em todo o cérebro. Mas ainda é necessário investigar esse assunto a fundo através de mais estudos para compreender a dimensão da doença.

Fonte: Nature Medicine, Live Science