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Alta de casos de covid na Europa e na Ásia revela que pandemia ainda não acabou

Por| Editado por Luciana Zaramela | 16 de Março de 2022 às 17h27

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twenty20photos/envato
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Apesar de ser cansativo tomar todos cuidados contra a transmissão do coronavírus SARS-CoV-2 e do crescente desejo de encarar a covid-19 como uma doença endêmica, é importante frisar: a pandemia ainda não acabou. A nova alta de casos da infecção, principalmente em países da Europa e da Ásia, indica que esforços ainda são necessários para conter o vírus.

“Controlar a transmissão do vírus com medidas farmacológicas [ampliando a cobertura vacinal] e não-farmacológicas [como uso de máscara em ambientes fechados] é essencial para garantir a segurança daqueles grupos, e da população geral, frente a uma pandemia que ainda não acabou”, adianta Anderson Fernandes de Brito, do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), para o G1.

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Na direção oposta, a Inglaterra retirou todas as restrições contra a covid-19 no final do mês de fevereiro. Por exemplo, pessoas com um teste positivo para a infecção não precisam mais cumprir o isolamento. Em paralelo, a subvariante BA.2 avança e começa a se impor em inúmeros países.

Altas de casos na Europa e na Ásia

No momento, países da Europa voltam a registrar alta de casos da covid-19, como Inglaterra, Áustria, Grécia, Alemanha, e Itália. Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, o número de casos diários da infecção na Alemanha chegou a 237 mil na última sexta-feira (11). É a maior taxa de incidência do coronavírus no continente.

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A situação na Ásia também é semelhante. Na terça-feira (15), 400 mil casos da covid-19 foram registrados na Coreia do Sul em 24 horas, segundo a plataforma Our World in Data. Em Hong Kong, a média móvel de casos é superior a 21 mil. Nas duas últimas semanas, o aumento foi de 28%. Na China, o governo adotou novas restrições, como lockdown em algumas províncias do país.

O que explica o atual cenário da covid?

Não existe uma única explicação que justifique o aumento de casos da covid-19, mas o atual cenário é fruto de uma somatória de fatores. No aspecto comportamental, "temos uma certa fadiga, um cansaço das medidas de distanciamento social, uso de máscara, tanto por parte das pessoas e quanto por parte dos governos", pondera Expedito Luna, da Faculdade de Medicina da USP.

Outra questão é que a vacinação contra a covid-19, apesar de ter avançado, não alcançou os patemares ideais. Por exemplo, apenas 52% da população da Europa recebeu o reforço da vacina, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças. A porcentagem é ainda muito restrita.

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“Frente à variante Ômicron e suas sub-linhagens, as doses de reforço são essenciais. Perdemos a imunidade ao longo dos meses, e reforçar nossas defesas é essencial”, explica Brito, do TpS.

BA.2: a subvariante da Ômicron

Além da Ômicron (BA.1) — a variante, até então, considerada mais transmissível —, começa a ganhar espaço a subvariante BA.2. Por sua vez, esta pode ser ainda mais infecciosa. Na Alemanha, a subvariante já é responsável por 48% de todas as novas infecções entre os alemães. Afeta tanto imunizados quanto não-imunizados, mas é especialmente problemática para este último grupo.

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“Ela [a BA.2] tem vantagens competitivas frente a outras variantes, e é bastante transmissível, fator que em conjunto com a inadequada cobertura vacinal, somada às flexibilizações amplas e ao clima frio do fim de inverno por lá [o que eleva o número de aglomerações locais fechados], podem explicar o cenário atual na Europa”, explica Brito.

Quanto ao futuro brasileiro, ainda é preciso acompanhar a evolução dos casos da subvariante nos outros continentes e observar como a cepa deve impactar o país. Análises genômicas já identificaram a variante no país, como em São Paulo, mas ainda é cedo para conclusões sobre os desdobramentos da pandemia da covid-19 no Brasil.

Fonte: G1 e Our World in Data