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Ômicron: por que os casos de covid voltaram a subir na China?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 15 de Março de 2022 às 11h44

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frender/envato
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Enquanto o mundo parece caminhar para um estágio onde a covid-19 é vista como endêmica, a China bate novos recordes de casos da doença, desencadeados pela variante Ômicron (B.1.1.529 ou BA.1). No entanto, os cenários somente são distintos porque a régua aceitável de infecção do coronavírus SARS-CoV-2 é muito baixa para as autoridades chinesas. No país asiático, é imposta uma política de tolerância zero contra o vírus.

Desde a descoberta dos primeiros casos da covid-19 na cidade de Wuhan no final de 2019, a China adota uma política de tolerância zero contra a doença. Isso envolve severos lockdowns e testagem em massa de milhões de pessoas. Atualmente, toda a província de Jilin e o polo tecnológico da cidade de Shenzhen estão em lockdown, por exemplo.

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Números da covid na China

Segundo a Comissão Nacional de Saúde chinesa, 3,5 mil casos da covid-19 foram registrados em 24 horas na segunda-feira (14). No dia anterior (13), foram notificadas 1,3 mil infecções. A tendência ainda é de crescimento no número de casos.

Quando se compara os números divulgados pela China e os de outros países, é possível observar que a taxa aceitável de infecções pela covid-19 é realmente baixa. Segundo a plataforma Our World in Data, a França registrou, na última atualização, 18,8 mil casos. No Brasil, 29,3 mil casos. Em ambas as nações, medidas contra a transmissão são cada dia mais flexibilizadas.

Apesar do baixo número de casos quando comparado aos padrões globais, especialistas em saúde alertam que a evolução da nova onda da Ômicron, nas próximas semanas, deve ser um importante fator para determinar se a política de tolerância ainda é eficaz contra a nova variante.

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Talvez, um desafio para o país é que, por causa de medidas extremas, uma parcela muito baixa da população entrou em contato com o vírus e, consequentemente, não tem uma imunidade natural contra a infecção. Nesse ponto, a imunidade depende muito mais dos imunizantes. Agora, 85,4% da população está imunizada com duas doses, o que equivale a 1,23 bilhão de pessoas protegidas.

Fim da política de tolerância zero?

Apresar do aparente controle dos casos da covid-19 com a política de tolerância zero, a pressão interna é grande para que novos parâmetros sejam adotados para lidar com a pandemia. Atualmente, economistas afirmam que as atuais medidas prejudicam a retomada da economia chinesa, segundo o jornal The Gaurdian.

"É o pior [lockdown] desde 2020", afirmou um morador da cidade de Shenzhen para a agência de notícia AFP. "Os fechamentos são muito repentinos, minha amiga acordou de manhã e descobriu que seu prédio foi lacrado durante a noite sem aviso prévio. Seu chefe teve que enviar seu computador para ela", comentou.

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No entanto, as próximas semanas ainda devem ser decisivas para entender se a China adotará o conceito de uma endemia para lidar com a covid-19. Ainda é possível que as medidas continuem as mesmas.

No meio do problema, o país pode enfrentar o pior cenário do vírus, já que a atual cepa é a mais transmissível e os óbitos poderão bater recordes. Desde o início da pandemia, apenas 4,6 mil óbitos foram oficialmente notificados, mas a situação ainda pode mudar, dependendo do sucesso do plano chinês.

Fonte: The GuardianFrance 24 e Our World in Data