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África deve declarar 1ª emergência continental por surto de mpox

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Institute of Allergy and Infectious Diseases/Unsplash
Institute of Allergy and Infectious Diseases/Unsplash

Com o aumento de casos de mpox (anteriormente conhecida como varíola dos macacos) nas últimas semanas, o Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (África CDC) deve declarar a primeira emergência continental em resposta ao atual surto. No momento, 16 países são atingidos pela doença, com destaque para a República Democrática do Congo. Uma das soluções pode envolver uma nova vacina de mRNA (RNA mensageiro), em fase de testes.

Neste momento, "o que é crítico saber é que, nos últimos 10 dias, tivemos seis novos países afetados [pelo surto de mpox]", destacou Jean Kaseya, diretor-geral do África CDC, segundo a revista Science.

Para dimensionar o problema de saúde pública, os casos de mpox relatados na África aumentaram em 160% quando se comparam os dados de 2023 com os de 2024. Diante deste cenário, o mundo pode enfrentar uma nova onda da doença viral, como foi observado entre os anos de 2022 e 2023.

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Oficialmente, a emergência continental por causa da mpox na África deve ser nomeada como uma Emergência de Saúde Pública de Segurança Continental (PHECS). Entretanto, isso ainda depende de um consenso entre os estados-membros do CDC africano, algo que deve ser decidido nos próximos dias.

Emergência de mpox no Congo

Segundo a organização, o Congo registrou mais de 14 mil casos de mpox dentro dos 15,1 mil notificados em todo o continente africano neste ano. Por lá, são mais de 500 mortes, e foi descoberta uma nova cepa do vírus, considerada mais virulenta.

"Este é um grande alarme para o mundo", reforça o diretor-geral Kaseya, sobre a importância de controlar a crise no Congo e evitar a dispersão para países vizinhos e, posteriormente, para outros continentes. Entretanto, os lotes de vacinas não chegaram em grande escala.

Inclusive, a Organização Mundial da Saúde (OMS) observa atentamente a situação epidemiológica da África. Nesta semana, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou que convocará um comitê de emergência para avaliar os riscos localmente e globalmente.

Faltam vacinas na África

Durante os surtos de mpox observados entre 2022 e 2023 em diferentes países, incluindo o Brasil, uma das apostas para conter o avanço da doença foram as vacinas ACAM2000 e Jynneos. No entanto, elas ainda não chegam com regularidade à África, apesar de algumas promessas de envio.

As autoridades de saúde africana estimam que o continente precisará de 10 milhões de doses da vacina mpox. Considerando a situação do Congo, cerca de 3 milhões de doses serão necessárias apenas no país. Por enquanto, eles não estão próximos de um acordo dessa magnitude para o envio de imunizantes.

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Vacina de mRNA contra mpox

Na questão do vírus mpox, um dos grandes desafios é o estoque limitado de vacinas disponíveis contra a doença. A aposta de Kaseya para solucionar a emergência continental é a nova vacina de mRNA da BioNTech. Inclusive, esta estratégia de imunização já rendeu um Nobel aos criadores

O imunizante ainda está em fase de testes em humanos, mas, considerando o uso promissor da tecnologia do mRNA na pandemia da covid-19, pode ser uma forma de proteção eficiente e segura contra mpox, dependendo dos resultados.

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A BioNTech construiu recentemente uma fábrica de vacinas de mRNA em Ruanda, sendo que este é um dos países que registrou os primeiros casos de mpox na nova onda.

Fonte: Science