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Aeroportos procuram por casos de novo coronavírus com sensores de calor

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South China Morning Post
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No auge e uma nova epidemia, uma série de aeroportos internacionais tem adotado práticas para triagem de possíveis passageiros que, potencialmente, carreguem o novo coronavírus chinês, provisoriamente chamado de 2019-nCoV. Entre as medidas adotadas por países como Japão, Indonésia e Índia, está o uso de sensores que medem a temperatura corporal, conhecidos como scanners térmicos, nos balcões de imigração.

Dessa forma, autoridades podem identificar indivíduos com febre, um dos sintomas do novo vírus, ao lado de problemas respiratórios, como pneumonia. O protocolo tem sido adotado, principalmente, no desembarque de passageiros vindos da China, já que a maioria dos 6.000 casos notificados do novo coronavírus ainda estão concentrados no país, segundo informações da Johns Hopkins University.

Como funciona a câmera térmica?

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Diferente das câmeras fotográficas comuns que registram a luz refletida por objetos, essas câmeras térmicas utilizam sensores que podem detectar o calor gerado pelo corpo de uma pessoa ou objeto, criando uma imagem 2D com os diferentes níveis de temperatura. Quando um passageiro, por exemplo, está diante da câmera, os pontos mais quentes são destacados com uma paleta de cores diferente das demais, na tela do monitor.

O interessante é que essas câmeras podem ser calibradas para detectar temperaturas corporais anormais, como acima de 38 graus (febre). Nas leituras, cada pixel da imagem possui uma temperatura associada, portanto, uma digitalização de câmera com resolução mais alta pode também fornecer imagens mais detalhadas, o que aumenta as chances de identificação de um portador do vírus.

Como os aeroportos internacionais apresentam um tráfego intenso, verificar a temperatura corporal de todos os passageiros com termômetros é praticamente inviável, e levaria a atrasos nos balcões de imigração. Pensando nisso, as câmeras térmicas podem digitalizar grandes multidões e identificar pessoas com temperaturas mais altas que as demais.

Estar com a temperatura corporal elevada não significa obrigatoriamente que o passageiro esteja infectado com coronavírus. Por isso, as pessoas identificadas devem ser direcionadas para uma triagem adicional, onde de fato poderão ser diagnosticadas.

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Vale para o Brasil?

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Quanto a adoção da técnica de leitura de temperatura no Brasil, ela provavelmente está descartada. Isso porque em live do Ministério da Saúde no dia 29, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, descartou a efetividade dos scanners térmicos. Para Oliveira, "não há evidência alguma que a medida de temperatura na entrada do aeroporto seja efetiva para evitar a transmissão de doenças. Isso vale tanto para coronavírus como para influenza."

Mesmo que esse método de averiguação seja adotado no Japão e na índia, por exemplo, Oliveira argumenta que "a aferição da temperatura na entrada é uma medida inócua, não tem impacto algum. Então, estamos trabalhando aquilo que a OMS determina: nós temos que instruir os serviços de saúde para ter capacidade de diagnósticos de ponta."

Histórico dos sensores térmicos

Esta não é a primeira vez que a digitalização térmica é usada no rastreamento da temperatura corporal mais alta, relacionada a infecções que podem surgir pela presença do novo coronavírus. Durante o surto de vírus SARS, em 2002, também originário da China, os aeroportos de Cingapura e do país de origem implantaram o sistema e o utilizam desde então.

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Com o surto de Ebola, em 2014, na África Ocidental, muitos países, incluindo a Índia e Nigéria, usaram essas mesmas câmeras térmicas para identificar pessoas com temperaturas elevadas, que podem indicar febre.

A tecnologia de imagens térmicas é também usada por agências policiais e militares ao redor do mundo. Caso famoso é de que bombeiros nos EUA são conhecidos por usar essas câmeras na busca de vítimas de incêndios, atravessando a fumaça.

Fonte: AP NewsThe Washington Post, Daily Express e LiveMint