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10 curiosidades surpreendentes sobre o crânio e o cérebro

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Photology75/Envato
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Se tem uma parte do corpo que ainda se mostra como um verdadeiro enigma para a ciência, é o cérebro. Ainda estamos longe de conhecer todo o mistério que envolve a interligação do cérebro com o nosso organismo como um todo, mas já temos importantes achados. Tendo isso em vista, o pesquisador e diretor científico da brain4care — healthtech brasileira de que desenvolve tecnologia de monitoramento não invasivo das variações de volume/pressão intracraniana — Gustavo Frigieri, traz algumas curiosidades surpreendentes:

A caixa craniana é expansível

200 anos atrás, a medicina acreditava que o crânio era totalmente rígido e que o aumento no volume de um de seus componentes (cérebro, sangue e líquido cerebroespinhal) implicaria na diminuição do volume dos outros. Descobertas recentes indicaram que o crânio é capaz de se expandir para acomodar mudanças nesse volume interno. Essa capacidade de ajuste é chamada de complacência intracraniana e seu comprometimento pode levar a um aumento da pressão intracraniana.

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Monitoramento do crânio permite acordar paciente em coma induzido

Com o monitoramento não invasivo do crânio, o médico pode saber com mais segurança se já está no momento de “acordar” esse paciente. Para isso, ele checa se a complacência intracranianaestá normal. Antes, o médico contava apenas com a avaliação do estado clínico do paciente para tomar a decisão.

O cérebro pesa mais ou menos 1,5kg

Cerca de 75% de sua massa total é composta por água. O seu peso representa de 2% a 3% da massa corporal e consome cerca de 20% do nosso oxigênio e de 15% a 20% da glicose.

Há aproximadamente 100 bilhões de células nervosas no cérebro

O cérebro possui mais conexões do que o número de estrelas em nossa galáxia. Vale compreender que ele pode arquivar o equivalente a 1mil terabytes de informações. Somos ainda capazes de escanear e processar imagens complexas em até 13 milissegundos. As redes neurais artificiais (RNAs), modelos computacionais inspirados pelo sistema nervoso central, precisam de 40 minutos para processar o que o cérebro leva apenas um segundo.

O cérebro pulsa

Frigieri conta que isso acontece quando o coração bate e envia o fluxo de sangue carregado de nutrientes para todo o organismo, inclusive o cérebro. Neste exato momento, seu cérebro pulsa. E o mais importante: na presença de algumas doenças, esse pulso se comporta de modo diferente, indicando que pode ser a hora de investigar mais sobre a saúde do paciente. A covid-19, por exemplo, muda a forma de como o fluxo sanguíneo chega ao cérebro.

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É possível monitorar o crânio de forma não invasiva e confiável

Até pouco tempo atrás só era possível monitorar a pressão intracraniana (PIC) com métodos invasivos. Aliás, a monitorização invasiva intraventricular é considerada padrão ouro para essa checagem, mas ela está relacionada a inúmeras complicações. Mais recentemente, métodos não invasivos de monitorização da complacência intracraniana têm sido utilizados com sucesso para avaliar a saúde do cérebro, mostrando que a complacência intracraniana tem relação direta com a PIC e pode até ser um meio mais eficaz para esta avaliação.

Pressão arterial alta pode afetar o cérebro

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Quando o coração bate e leva o sangue para o cérebro, se a pressão arterial estiver alta, a força dessa onda pode resultar em hipertensão intracraniana e causar dores de cabeça frequentes, às vezes acompanhadas de náuseas, visão turva e ruídos dentro da cabeça. A hipertensão intracraniana também pode provocar acidentes vasculares cerebrais (AVC), também conhecidos como "derrame". Inclusive, aqui no Canaltech, já explicamos como identificar um AVC.

A obesidade pode trazer complicações para o cérebro

O excesso de gordura abdominal comprime as veias da região, prejudicando o retorno do sangue venoso do cérebro para as outras partes do organismo. Esse fato já era previsto, mas apenas com o monitoramento não invasivo foi possível observá-lo.

Doenças como síndrome renal interferem na saúde cerebral

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Pesquisas recentes indicaram que pacientes com síndrome renal em estágios mais graves tinham a complacência intracraniana comprometida. Após o tratamento desses pacientes com hemodiálise, a complacência retornou a um estado normal. Isso é uma importante pista para entender como o cérebro pode ser afetado pelas mais diversas doenças e como monitorá-lo é essencial para garantir que não surjam mais complicações para um paciente.

Pulmão artificial é calibrado pelo cérebro

O ECMO (sigla em inglês para “Oxigenação por Membrana Extracorpórea), ou “pulmão artificial”, tornou-se mais conhecido no Brasil recentemente quando foi utilizado no tratamento do ator Paulo Gustavo, uma das vítimas da covid-19. A técnica substitui as funções do pulmão quando necessário. Durante esse tratamento, o volume de sangue na máquina e no corpo precisa estar equilibrado.

Para isso, a equipe de especialistas observa sinais do paciente, como temperatura, frequência cardíaca e pressão arterial. Com o monitoramento não invasivo do cérebro, os médicos passaram a acompanhar também a complacência intracraniana e a calibrar com mais segurança a máquina. Em outubro de 2020, esse pulmão chegou, inclusive, a receber registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para comercialização.