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Mastodon rejeitou investimentos para se manter sem fins lucrativos

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 30 de Dezembro de 2022 às 11h31

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Reprodução/Mastodon
Reprodução/Mastodon

O Mastodon rejeitou mais de cinco ofertas de investimento de empresas de capital do Vale do Silício nos últimos meses para manter sua premissa de não ter fins lucrativos. Vista como uma das principais alternativas ao Twitter, a rede social acredita que perderia a sua essência se tivesse que prestar contas aos empreendedores.

O criador da plataforma, o desenvolvedor de software alemão Eugen Rochko, disse ter recusado centenas de milhares de dólares de pessoas interessadas em apoiar sua plataforma. Essas ofertas vieram após o rápido crescimento do serviço, originados por uma migração intensiva de pessoas do Twitter de Elon Musk.

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Em entrevista ao Financial Times, Rochko falou que a independência do Mastodon depende da manutenção do status de não obter lucro. Além disso, a moderação descentralizada dos servidores, feita de modo diferente em cada local, é o que torna o serviço tão atraente.

“Mastodon não vai se transformar em tudo que você odeia no Twitter. O fato de poder ser vendido para um bilionário controverso, de ser fechado, ir à falência e assim por diante. É a diferença de paradigmas”, explicou o alemão.

Como o Mastodon se sustenta?

O Mastodon depende exclusivamente de doações para financiar a plataforma. O site tem mais de 8,5 mil doadores na plataforma de assinaturas Patreon, por meio da qual está arrecadando mais de 25 mil libras (quase R$ 160 mil) por mês.

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Rochko é o único acionista da plataforma e recebe cerca de 2,4 mil euros por mês pelo "trabalho", de acordo com seu relatório anual de 2021. Para 2022, ele disse ter aumentado o seu "salário em 500 euros", totalizando cerca de 2,9 mil euros por mês.

Se o Mastodon aceitasse o financiamento de investidores, precisaria mudar drasticamente esta política. Seria necessário compor um conselho de administração, ter uma prestação de contas submetida regularmente, além de precisar implementar mecanismos de monetização, como anúncios e impulsionamentos de posts.

Rochko disse que sua ambição de longo prazo é substituir o Twitter e outras redes sociais comerciais. “É um longo caminho pela frente, mas, ao mesmo tempo, está mais próximo do que nunca”, declarou.

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Retaliação do Twitter

Após o crescimento do rival, o Twitter decidiu suspender as contas do Mastodon e de outras empresas de mídia. Na ocasião, os perfis foram suspensos por compartilharem links do @ElonJet, que registrava em tempo real a movimentação do jato particular de Elon Musk. A conta havia sido banida do Twitter, mas se mantinha ativa em outras plataformas.

A rede de Elon Musk chegou a criar uma política que impedia o uso de links que apontassem para outros serviços de mídias sociais. Quem usasse esses apontamentos, inclusive na biografia, poderia ser banido pela plataforma. Devido à polêmica causada, a política controversa foi abandonada em menos de 24 horas.

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Rochko disse na época que essa confusão era um lembrete de como as plataformas centralizadas podem "impor limites arbitrários e injustos sobre o que você pode ou não dizer". Entre outubro e novembro, durante a transição do comando do Twitter para Musk, o Mastodon saltou de 300 mil para 2,5 milhões de usuários.

O Mastodon é uma rede com recursos semelhantes ao Twitter, mas funciona de maneira descentralizada em vários servidores, cada qual com suas regras de moderação. Os usuários ingressam em um servidor, mas podem se conectar com pessoas em outros servidores graças ao sistema federado.

Fonte: Financial Times