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Facebook teria pagado empresa para difamar o TikTok

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 04 de Abril de 2022 às 09h19

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Brett Jordan/Unsplash
Brett Jordan/Unsplash
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A Meta, empresa proprietária do Facebook, foi acusada de ter pago uma respeitada empresa para difamar o TikTok em uma campanha nacional nos Estados Unidos. A consultoria Target Victory teria sido a escolhida para conduzir os trabalhos cujo foco seria prejudicar o concorrente dos vídeos curtos, segundo o jornal The Washington Post.

O trabalho envolveria a inserção de artigos de opinião e cartas enviadas a editores dos principais meios de comunicação norte-americanos com supostas histórias que colocavam em dúvida a reputação do TikTok. A ideia era atrair repórteres e políticos locais para pressionar o rival e desestabilizar a audiência crescente da rede social.

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A matéria destaca alguns e-mails internos de diretores da empresa Targeted Victory. Um deles teria dito que seria necessário passar a mensagem de que "embora a Meta seja o saco de pancadas atual, o TikTok é a ameaça real, especialmente como um aplicativo de propriedade estrangeira que é o número 1 em compartilhamento dados dos jovens adolescentes". Essa é uma referência ao fato da ByteDance, criadora do TikTok, ser uma empresa chinesa, país rival dos EUA.

A consultoria teria sido solicitada a contatar repórteres políticos para servirem como disseminadores de mensagens anti-TikTok. Isso seria embasado com histórias fabricadas para a mídia local, nas quais colocariam o concorrente de forma negativa. Um caso mencionado seria um desafio promovido no TikTok para alunos agredirem fisicamente seus professores (Slap your Teacher, em inglês) — o que, até então, não se tem notícia de ser real.

Estratégia para derrubar concorrentes políticos

O porta-voz da Meta, Andy Stone, defendeu a campanha em entrevista para o jornal norte-americano. “Acreditamos que todas as plataformas, incluindo o TikTok, devem enfrentar um nível de escrutínio consistente com seu crescente sucesso”, explicou.

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Conforme o relato do jornal, essa é uma tática muito comum na política, mas uma novidade na indústria de tecnologia. Com empresas cada vez mais fortes no âmbito social-cultural mundial, a briga estaria além da disputa com recursos, ferramenta e audiências. Embora o Instagram ainda se mantenha como a rede social mais ativa do mundo, o Facebook está em declínio há alguns anos — enquanto o TikTok experimenta crescimentos exponenciais desde 2019.

Essa estratégia, conforme o Washington Post, seria também uma forma de desviar a atenção das preocupações sobre privacidade, impacto nos jovens e acusações de monopólio que a Meta é alvo nos últimos anos. O presidente da Meta, Mark Zuckerberg, e o chefe do Instagram, Adam Mosseri, precisaram se explicar ao parlamento dos EUA recentemente devido a essas questões.

RP contra rivais

A Targeted Victory teria contatado dezenas de empresas de relações públicas nos Estados Unidos para qual estaria disposta a influenciar a opinião pública. A agência é ligada ao Partido Republicano e recebeu cerca de US$ 237 milhões para conduzir ações nas eleições de 2020.

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Essa não seria a primeira vez que a Meta usa essa estratégia. Em 2018, o então Facebook trabalhou com a Definers Public Affairs, uma consultoria política de Washington, para se defender de críticas de outras empresas de tecnologia durante o escândalo da Cambridge Analytica.

Segundo a OpenSecrets, a Meta gasta mais do que seis das maiores empresas e grupos industriais dos EUA em atividades de lobby junto aos parlamentares do país norte-americano. Somente em 2021, o valor pago para esta atividade teria sido de quase US$ 20 milhões.

Fonte: Washington Post, OpenSecrets