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Facebook e Instagram reduzem alcance de posts da mídia estatal russa

Por  • Editado por  Douglas Ciriaco  | 

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Alveni Lisboa/Canaltech
Alveni Lisboa/Canaltech
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A Meta adotou novas medidas para conter a influência dos veículos de comunicação pertencentes ao governo da Rússia. A plataforma vai reduzir o alcance de publicações feitas pelas páginas de todas as mídias estatais russas no Facebook e no Instagram no mundo inteiro.

Até então, a empresa já havia bloqueado o acesso do Russia Today (RT) e do Sputnik na União Europeia, mas isso pode não ter sido suficiente para frear o avanço da máquina de propaganda do governo de Vladimir Putin. Essa medida foi compartilhada pelo chefe de política de segurança da Meta, Nathaniel Gleicher, em seu perfil no Twitter.

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Essa mudança no algoritmo será aplicada também a qualquer postagem que contenha links para sites de mídias controlados pelo estado russo nos próximos dias. A ideia é a mesma aplicada a conteúdos com desinformação sobre vacinas e covid-19, no qual a plataforma permite o uso, mas rebaixa o alcance.

Todos os links para sites estatais russos conterão rótulos para informar sobre uma possível falta de credibilidade da fonte nos compartilhamentos. O objetivo é fornecer mais informações para o usuário antes que este possa passar para frente conteúdos criados com fins de propaganda militar.

Duro golpe do Facebook

No momento, esta parece ser a sanção mais pesada até agora aplicada por uma mídia social contra a Rússia. O site RT, por exemplo, é bastante forte nas redes sociais e acumula milhões de seguidores somente no Facebook. A plataforma afirma ter mobilizado uma equipe para verificar o tempo inteiro novos links que possam surgir ou tentativas de burlar o sistema imposto pela Meta.

O rebaixamento de conteúdo afetará todas as páginas já marcadas com o rótulo de identificação de vínculo com as autoridades russas, introduzido no último final de semana. O Kremin havia ficado bastante incomodado com essa atitude da companhia e chegou a ameaçar o banimento das plataformas da Meta do país.

Gleicher disse que a decisão foi tomada após os vários pedidos de governos mundiais para suprimir a estratégia russa de disseminar conteúdos falsos ou pseudoinformativos pela mídia estatal. O executivo explicou que os serviços da empresa já foram "limitados" na Rússia, medida de retaliação após a Meta se recusar a interromper a verificação de posts e a marcação de contas como ligadas ao governo de Moscou.

Outras medidas de proteção

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O Facebook ativou a ferramenta de bloqueio de perfil automaticamente para moradores da Rússia e da Ucrânia, no intuito de fortalecer as configurações de privacidade, ocultar listas de amigos e impedir que fotos sejam baixadas. A empresa introduziu os chats criptografados de ponta a ponta no Instagram para todos os adultos nos países envolvidos na guerra.

Todas as empresas de mídia russa estão proibidas de comprar publicidade paga para impulsionar conteúdos desde o início da guerra. Todas as mudanças anunciadas começaram a ser liberadas gradualmente a partir de hoje, por isso pode levar algum tempo para que todos as recebam.

Outras redes sociais já seguiram pelo mesmo caminho e passaram a rotular matérias tendenciosas, como o Twitter e o TikTok. O Google decidiu impor uma limitação geográfica para impedir que os europeus tenham acesso a vídeos de sites ligados ao Kremlin no YouTube.

Fonte: Nathaniel Gleicher