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Rússia bloqueia acesso ao Twitter e ameaça Facebook

Por  • Editado por Douglas Ciriaco | 

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Rússia bloqueia acesso ao Twitter e ameaça Facebook
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A Rússia decidiu bloquear o acesso ao Twitter e pode fazer o mesmo com o Facebook após a plataforma marcar como falsos os conteúdos produzidos por agências de notícias estatais no país. Segundo o Roskomnadzor, órgão regulador russo, a rede social de Mark Zuckerberg é acusada de violar os direitos e liberdades dos cidadãos russos.

O Facebook disse à BBC que vai continuar a checar fatos e rotular notícias inverídicas, como sempre fez. O Twitter disse que sua equipe de segurança e integridade apenas trabalha para interromper tentativas de amplificar informações falsas e enganosas.

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Especialistas da ONG de segurança cibernética NetBlocks disseram que o Twitter já teria sido quase que restrito em todo território russo. A ação aconteceu logo após o ataque da Rússia à Ucrânia, quando vídeos e fotos da invasão começaram a ser espalhados na mídia social com muita velocidade.

Vários desses dados foram divulgados de modo impreciso, como na famosa gravação do tanque de guerra que esmagou um veículo em Kiev, falsamente atribuído às forças russas, mas que provavelmente foi do exército ucraniano, já que a capital ainda segue sob controle da Ucrânia.

Segundo a NetBlocks, Facebook e Instagram permanecem estáveis até o momento, mas o acesso ao Twitter só pode ser realizado com VPN de outros países. A plataforma, por meio do diretor Alp Toker, disse à rede britânica BBC que a restrição limita significativamente o "fluxo de informações livres" neste momento delicado, quando a população local e mundial precisa se manter informada.

Redes sociais da Meta na mira

O Roskomnadzor não fez nenhum anúncio oficial sobre possíveis ações contra o Twitter, o Facebook ou qualquer outra rede social. No entanto, não é de hoje que o órgão entra em rota de colisão com as plataformas ocidentais. A Meta e a plataforma do passarinho já sofreram multas e outras penalidades por lá, por isso não seria surpresa se isso ocorresse novamente.

Apesar disso, fontes da BBC dizem que o órgão regulador russo teria exigido que a companhia suspendesse restrições impostas a perfis pró-Rússia, como a agência estatal de notícias RIA, o canal de TV Zvezda e os sites Lenta.Ru e Gazeta.Ru. O vice-presidente de assuntos globais da Meta, Nick Clegg, disse que as autoridades russas ordenaram a interrupção da checagem independente de fatos e rotulagem de notícias falsas, o que teria sido imediatamente recusado.

Segundo Clegg, a ideia é que os russos possam continuar a usar as plataformas da Meta de forma livre, seja para se expressar ou organizar ações. Mas o Kremlin não tem gostado de ver notícias negativas propagadas pelos veículos de imprensa ocidentais, por isso tentar passar uma imagem positiva dos avanços militares sobre a Ucrânia.

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A Meta, por sua vez, garante ter montado um grupo de "operações especiais" para monitorar o conteúdo relacionado ao conflito. Isso porque a escalada militar fez disparar a quantidade de publicações sobre o assunto — muitos deles falsos ou sem confirmação. Como a companhia foi acusada recentemente de ser conivente com conteúdos polêmicos, porque estes aumentam o engajamento, a ideia agora parece ser limpar a imagem.

Embora a Rússia tenha redes sociais próprias e populares por lá, como o VK e o Odnoklassniki, o Facebook e o Instagram seguem como alternativas muito populares no mais extenso país do planeta. Resta saber se Vladimir Putin adotará mais essa medida de cerceamento da liberdade, o que poderá piorar ainda mais a imagem da nação perante a opinião pública.

Fonte: BBC