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5 medidas que Elon Musk pode tomar para fazer dinheiro com o Twitter

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 01 de Maio de 2022 às 12h00

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Reuters/Joe Skipper
Reuters/Joe Skipper
Tudo sobre Twitter

A compra do Twitter por Elon Musk, do ponto de vista financeiro, parece ter sido um péssimo negócio. A empresa enfrenta dificuldades para aumentar o faturamento, acumula prejuízos e depende demais da verba dos anunciantes. Se quiser deixar as contas no verde, o bilionário precisará usar algumas estratégias para colocar tudo em dia e obter lucro.

O primeiro desafio é pessoal: honrar o compromisso firmado. Para fazer essa compra, o CEO da Tesla e SpaceX pegou empréstimos bancários pesados e deu parte de suas ações como garantia. Para se ter uma ideia, estima-se que alguns desses empréstimos têm taxas de juros de até US$ 1 bilhão por ano, portanto o negócio precisará ser bem rentável para se pagar.

O Canaltech listou algumas medidas que ele poderá adotar para tornar o Twitter uma companhia financeiramente saudável, atrativa para usuários e anunciantes, além de rentável para o executivo.

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5. Diminuir a dependência de anúncios

Antes de fazer a oferta oficial de compra, Musk havia criado uma thread (excluída logo depois) na qual trazia sugestões de como monetizar o sistema, sem depender tanto da venda de publicidade. Uma das ideias era trazer preços de assinatura reduzidos para o Twitter Blue e remover anúncios para quem pagasse.

No relatório publicado ontem, o Twitter mostrou um cenário preocupante: no primeiro trimestre de 2022, a receita de publicidade foi de US$ 1,1 bilhão do total de US$ 1,2 bilhão. Ou seja, menos de US$ 100 milhões apenas vieram de fontes alternativas, como assinaturas ou serviços para empresas.

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O problema desse modelo é a volatilidade, pois a rede social fica refém do investimento alheio. Se houver uma migração em massa para outra plataforma ou caso as empresas apenas deixem de apostar no Twitter, todos os esforços seriam em vão.

Um exemplo claro da fragilidade foi a queda na receita da Meta (dona do Facebook e Instagram), causada pela política de privacidade da Apple. Na última versão do iOS, a fabricante do iPhone passou a exigir que o usuário conceda autorização para empresas o rastrearem, algo que foi certamente negado pela maioria. Com anúncios menos eficazes, as marcas e empresas passaram a investir menos na compra de propaganda, com impacto direto no faturamento da companhia.

4. Mostrar o lado positivo da "liberdade de expressão"

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O mercado ficou extremamente desconfiado quando Musk se declarou como um "fundamentalista da liberdade de expressão". O temor é justificável porque nenhuma empresa gostaria de associar seus produtos a mensagens de ódio, violência, teorias conspiratórias, racismo e outros tipos de conteúdos negativos que poderiam vir.

Antes mesmo de a venda ser concretizada, a equipe atual do Twitter já corre para tranquilizar os anunciantes sobre isso. Mesmo assim, é difícil saber como cada empreendedor vai agir se houver uma explosão de grupos nazistas ou se a plataforma voltar a dar voz para quem espalha desinformação e fake news.

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O futuro proprietário já mudou um pouco um tom, antes mais incisivo, para um viés mais conciliatório. De fato, ele vai precisar convencer muitos segmentos de que sua ideologia será proveitosa, além de definir como vai aplicar uma política única para o planeta inteiro, já que o conceito de liberdade de expressão varia de país para país.

É provável que o próprio Elon Musk precisará colocar sua imagem em jogo para mostrar os benefícios de se ter uma liberdade total. Uma das soluções seria tentar atrair alguns segmentos mais conservadores das sociedades globais, que viam na moderação de conteúdo uma "tendência esquerdista", mas apenas isso pode não ser suficiente para manter a rede de pé.

3. Demissões e mudanças de equipe

É difícil falar em redução de custos sem entrar no tema das demissões. É bem verdade que empresas humanizadas costumam ver essa como a última alternativa, mas sempre há o temor da dispensa de funcionários.

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O atual CEO do Twitter, Parag Agrawal, teria dito à equipe não haver corte de empregos planejados no momento, segundo o jornal Washington Post. Mas como até o futuro de Agrawal é incerto, fica difícil garantir essa postura quando Musk assumir as rédeas definitivas do Twitter. Para um cargo tão importante, é provável que o magnata escolha alguém da sua confiança, alinhado aos seus ideais.

Sem a moderação de conteúdo mais incisiva, é provável também que parte da equipe seja dispensada. Tudo isso não passa de especulação, porque Musk ainda não falou nada sobre corte de funcionários.

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2. Influenciadores e tuítes pagos

Algo que Musk já falou é sobre o pagamento de influenciadores para criar conteúdo exclusivo na plataforma. Os rivais TikTok, Instagram e Kwai fazem isso com bastante maestria há algum tempo, algo que ajuda tanto quem está no começo da carreira quanto os mais consolidados.

Uma das ideias de Musk seria estabelecer pagamentos mais regulares (como salários fixos) e condições claras de qualificação para o programa. É necessário também fortalecer os Superfollows, lançado com pompa para ajudar os criadores, mas parecem ter sido esquecido com o passar do tempo.

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Uma das sugestões que o empresário disse ter discutido com os banqueiros seria fazer com que sites de terceiros pagassem por tuítes incorporados ou menções. É fato que páginas jornalísticas, como o Canaltech, usam o sistema de "embed" para mostrar as publicações originais, justamente no intuito de fortalecer os perfis.

Cobrar por isso poderia apenas afastar os sites, afinal imagine de quanto seria essa conta no final do mês? É provável que as pessoas comecem a usar prints de tela ou apenas procurem outras redes sociais. Contudo, não deixa de ser uma carta na manga se for bem articulado.

1. Recursos mais direcionados

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De 2020 para cá, o Twitter parece ter pisado no acelerador dos novos recursos para atrair público e reter os atuais usuários. Após muitos anos sem grandes novidades, a rede decidiu colocar os desenvolvedores para trabalhar duro na tentativa de melhorar a experiência de uso.

As investidas recentes da plataforma, contudo, se mostram pouco eficazes. O Superfollows, com já mencionado, parece não ter emplacado pela falta de interessados (tanto para produzir quanto para comprar conteúdo exclusivo). O Espaços, clone do Clubhouse, até faz algum sucesso, mas nem de longe chega a compensar o tempo e recursos investidos. Os Fleets, conhecidos como Stories do Twitter, foram tão desprezados que a plataforma descontinuou o projeto.

Musk criticou publicamente a ferramenta criada para exibir NFTs originais do Twitter, que, na visão do magnata, são um desperdício de esforço. "O Twitter está gastando recursos de engenharia nesta besteira, enquanto os golpistas de cripto estão dando uma festa com spambots", disse.

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Para voltar a dar lucro, a rede social precisará gerenciar melhor como gasta o seu dinheiro, seus recursos técnicos e o tempo de seus desenvolvedores em soluções mais efetivas. A era de "atirar para todos os lados" pode ficar para trás na gestão de Musk.

É provável que Elon Musk aborde mais algumas de suas ideias para aprimorar o Twitter nos próximos meses. O fato é que, se ideia for tornar a plataforma rentável novamente, será preciso muito esforço braçal do empresário e, principalmente, usar do seu poder de influência para dar segurança a todos os envolvidos — usuários, criadores de conteúdo, empresários/investidores e funcionários.