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Você conhece a Sociedade da Justiça? Saiba mais sobre o 1º supergrupo das HQs

Por| 09 de Agosto de 2020 às 10h00

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Você conhece a Sociedade da Justiça? Saiba mais sobre o 1º supergrupo das HQs
Você conhece a Sociedade da Justiça? Saiba mais sobre o 1º supergrupo das HQs
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Muita gente já ouviu falar da Sociedade da Justiça, mas o público que realmente leu suas histórias é bem menor do que de qualquer outra franquia nos quadrinhos. E quem compõe essa equipe, como ela nasceu? O que ela tem a ver com a Liga da Justiça? E por que esses heróis estão aparecendo em Stargirl e em breve podem dar as caras no filme do Adão Negro? Fique tranquilo, o Canaltech está aqui para responder a essas questões.

A Sociedade da Justiça (ou JSA, na sigla em inglês) estreou em All-Star Comics #3 (1940) e é o primeiro grupo de super-heróis das histórias em quadrinhos. Embora a ideia de juntar personagens icônicos em uma equipe fosse uma boa para atrair mais leitores dos títulos solo, a exemplo do que aconteceu com a Liga da Justiça posteriormente, em The Brave and the Bold #28 (1960), o caso da JSA tem mais a ver com soluções editoriais.

Em 1940, as HQs de heróis estavam engrenando. Batman e Superman já eram populares, mas estavam em seus primeiros anos de publicação. A DC Comics, que ao longo do tempo foi comprando editoras e personagens menores, queria ampliar sua linha e aproveitar essas propriedades. Então, a Sociedade da Justiça passou a ser uma equipe para abrigar seus novos heróis e os que estavam “sem casa” em uma só equipe.

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Assim, o Flash Jay Garrick e o Lanterna Verde Alan Scott passaram a liderar outros personagens que já haviam aparecido, mas que não tinha revista própria, a exemplo de Doutor Meia-Noite, Senhor Incrível, Pantera, Starman, Espectro, Homem-Hora, o Sandman original, entre outros. Heróis de destaque em outros títulos ou histórias às vezes surgiam como “membros honorários”.

As HQs da Sociedade da Justiça fizeram um baita sucesso durante os anos 40 e início de 50, mas, com a chegada da Era de Prata dos quadrinhos, a partir de 1956; e com a estreia da Liga da Justiça, em 1960, o grupo de veteranos quase caiu no ostracismo.

A Era de Prata e a Liga da Justiça

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Durante a Era de Prata dos quadrinhos, também chamada de “Era Científica”, vimos a introdução de elementos sci-fi substituindo o que era quase “magia” na DC Comics. Assim, o Lanterna Verde, em vez de ter encontrado uma lanterna mágica que lhe deu um anel energético, passou a ser um piloto de testes escolhido por uma entidade cósmica para usar o poderoso artefato.

O Flash também foi reformulado e passou a incluir explicações e projeções científicas em suas histórias, o que resultou na história Flash of Two Worlds (“Flash de Dois Mundos”, na tradução literal), em The Flash #123 (1961). Além de criar o conceito de Multiverso que até hoje faz parte do Universo DC, essa aventura ajudou a reposicionar a Sociedade da Justiça.

Como a Sociedade da Justiça ao longo do tempo incorporou Batman e Superman como membros fundadores, havia um grande erro de cronologia, que basicamente “envelhecia” os dois ícones da editora. Usando como base a trama de Flash de Dois Mundos, a DC então explicou que o grupo faz parte da Terra-2 — por isso o Homem-Morcego e o Homem de Aço são coroas nessa realidade.

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Posteriormente, a DC continuou revisando a Sociedade da Justiça, para tentar mantê-la coerente em seu universo. Em 1978, por exemplo, a editora finalmente explicou que o grupo foi montado a pedido do presidente Franklin Roosevelt, para intervir na Segunda-Guerra Mundial. O grupo impediu o ataque de Hitler à Inglaterra, assim como um bombardeio à Casa Branca. “Mas por que uma equipe com seres tão poderosos simplesmente não invadiu a Alemanha?” era o que muitos perguntavam, e a companhia respondeu que grande parte da Europa da Ásia ficava sob uma barreira mística que inibia os poderes de superseres.

Nos anos 1980, a Sociedade da Justiça passou a aparecer com menos frequência, e assumiu um papel de mentores para a Liga da Justiça e para os novos heróis. E em Crise nas Infinitas Terras (1985), o Batman, o Superman e a Mulher-Maravilha deixaram de existir na Terra-2, o que se tornou um problema para a cronologia da equipe, que, aos poucos, também deixou de interagir com a Liga da Justiça. Esse “sumiço” fez a equipe praticamente cair no esquecimento de uma geração inteira, que sequer sabia que ela existia.

Fase de Geoff Johns 

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Os fãs mais ardorosos, inconformados com o fim da Sociedade da Justiça em 1986, continuaram pedindo por mais histórias. A DC publicou um revival da equipe em uma minissérie limitada em 1991, e, no mesmo ano, os heróis da “Velha Guarda” retornaram na saga Armageddon. A partir daí, o grupo voltou para a cronologia da Terra Primordial, envolvendo questões geracionais em seu próprio título mensal.

Contudo, no crossover Zero Hora, quase toda a equipe foi incapacitada, pois o vilão Monarca/Extant removeu a energia cronal que reduzia a ação do tempo nos veteranos. Isso praticamente cancelou a Sociedade da Justiça, que permaneceu mais uma vez inativa, até o final dos anos 1990, quando um jovem e promissor roteirista teve a ideia de revitalizá-la.

Johns trouxe de volta os conflitos entre gerações de heróis e a importância do legado na DC Comics. Assim, ele abordou questões familiares e resgatou a tradição de décadas da editora, posicionando a história dos super-heróis e a herança dos jovens representantes no Universo DC. O escritor introduziu, por exemplo, a Stargirl, e manteve Shazam como uma parte importante da equipe.

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Aliás, a conexão com Shazam transformou o Adão Negro em um vilão muito mais poderoso e complexo, com sua própria equipe, que passou a rivalizar com a Sociedade da Justiça. Contudo, como nem tudo são flores, a Sociedade da Justiça sofreu mais um duro golpe no início dos anos 2010.

Problemas com os Novos 52

Johns se tornou uma peça importante na engrenagem da DC Comics e da Warner Bros, e passou a se dedicar aos projetos no cinema e na TV. Além disso, ele não se dava muito bem com o ex-coeditor-chefe Dan Didio. Esses dois fatores levaram a Sociedade da Justiça ser novamente limada da Terra Primordial, no reboot conhecido como os Novos 52.

Os Novos 52 rejuvenesceram toda a Sociedade da Justiça e trouxe mais diversidade, com uma versão gay do Lanterna Verde Alan Scott. A equipe voltou para a Terra-2, como uma versão bem parecida da Liga da Justiça. Assim, sumiram os elementos de legado e tradição que sempre fizeram parte da Sociedade da Justiça. Os fãs detestaram, então o grupo mais uma vez caiu no esquecimento.

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Mas eis que Geoff Johns reapareceu para salvar a equipe. Na maxissérie O Relógio do Juízo Final (2017-2019), que reuniu a Liga da Justiça e os personagens de Watchmen, o escritor explicou que experimentos do Doutor Manhattan apagaram a Sociedade da Justiça do Universo DC, simplesmente quando ele removeu a lanterna encontrada por Alan Scott de lugar. Ao perceber seu erro, Manhattan recolocou o artefato na posição original, o que desencadeou um "efeito borboleta" e reescreveu novamente a história da Terra Primordial com a JSA por lá.

E, agora, o grupo começa, aos poucos, a reaparecer nos títulos da DC Comics, como em Liga da Justiça.

Stargirl e Adão Negro

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Duas produções devem aumentar o interesse do público, especialmente de quem não conhecia, sobre a JSA. A primeira é Stargirl, aclamada série que mostra justamente a diferença de gerações e o legado da DC Comics, em uma trama que envolve a Sociedade da Justiça e os vilões da Sociedade da Injustiça. Não à toa, o produtor da atração do CW é Geoff Johns.

E segundo o ator The Rock, que vai viver Adão Negro nos cinemas, a JSA deve ter grande importância na trama do filme — lembra que citamos a conexão do vilão com Shazam e com a equipe? Além disso, Noah Centineo foi escalado para viver o Esmaga-Átomo, personagem que fez parte da Sociedade da Justiça e mantinha laços de amizade com Adão Negro.

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Com essa alta, a expectativa agora é de que a Sociedade da Justiça volte a ter seu título mensal e que também se mantenha por aí para sempre, como uma referência, uma bússola moral, para os heróis da DC — seja para os mais novos ou mesmo os mais velhos.

Equipe de heróis voltou a ser popular com o seriado Stargirl, mas conta com uma trajetória um tanto quanto complicada na DC Comics. Saiba mais sobre a formação, os integrantes e os altos e baixos do primeiro supergrupo das histórias em quadrinhos