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Review TecToy On | O celular sem inovações no mercado competitivo do Brasil

Por| Editado por Wallace Moté | 21 de Junho de 2021 às 17h00

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Ivo/Canaltech
Ivo/Canaltech

A TecToy já possui uma alta popularidade no mercado brasileiro, pois é a fabricante de videogames nacional que mais se destaca no cenário, graças a consoles Mega Drive e Master System, que foram feitos em parceria com a SEGA nos anos 90.

Contudo, a marca surpreendeu a todos durante as comemorações do 33º aniversário, informando no último semestre de 2020 o lançamento de um smartphone, algo completamente fora de seu nicho padrão de atuação.

E assim o TecToy On chegou ao mercado mobile do Brasil, sendo fruto de uma parceria entre a fabricante de videogames e a chinesa TCL, criando assim mais uma alternativa para quem tem interesse em um celular mais básico.

Mas, será que vale a pena investir no intermediário simples? Veja na análise completa!

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Prós

  • Fone Bluetooth da marca na caixa
  • NFC
  • Atualmente tem preço atrativo
  • Boa quantidade de armazenamento interno

Contras

  • Botão do Google Assistente
  • Tempo de recarga
  • Gaveta de chips híbrida
  • Conexão microUSB
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Design e Construção

À primeira vista, quem está acostumado a acompanhar a evolução do mercado de smartphones vai ver semelhança do TecToy On com aparelhos lançados entre 2018 e 2019, como o é o caso do Redmi Note 7.

Todavia, ele se trata de um celular white-label, carregando a carcaça de outro dispositivo já existente, mas etiquetado pela marca brasileira.

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Neste caso, o equipamento que é a base visual do modelo é o Alcatel 3L, onde as semelhanças também se aplicam nas configurações.

  • Dimensões: 158.7 x 74.6 x 8.45 mm
  • Peso: 165 gramas

Ele não é pesado, e isso se torna uma boa vantagem do dispositivo, já que ele ser totalmente de plástico também influencia experiência de uso.

E por falar no material, algo interessante é que na parte traseira se encontra uma tampa com efeito gradiente, dando um toque diferenciado.

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Infelizmente ele só possui uma opção de cor, que é o azul que se mescla ao preto aplicado no verso do celular, fazendo os fãs de personalizações externas ficarem um pouco decepcionados pela falta de alternativas.

Na lateral direita estão presentes os botões para ligar o aparelho e controle de volume, e na esquerda está a gaveta de chips híbrida, bem como um botão adicional para acionar o Google Assistente.

É uma pena que a TecToy não tenha se arriscado mais, pois seria interessante ver um modelo barato com botão híbrido, como a Samsung tem feito nos smartphones, possibilitando o uso de um mesmo controle para ligar ou desligar o smartphone, bem como ativar a assistente virtual do Google.
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Conexões

No topo, o TecToy On possui uma entrada 3,5 mm para conexão física de fones de ouvido, uma estratégia diferente do que muitas marcas têm feito atualmente, mesmo em modelos mais baratos.

Embaixo está localizada a entrada microUSB, que é utilizada para carregamento do aparelho, algo inesperado para os tempos atuais, onde as marcas estão focadas em adicionar o USB-C como nova forma de padronização.

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A entrada microUSB é um retrocesso desnecessário, mostrando que a TecToy não se preocupou em ouvir a opinião dos clientes na hora de escolher o aparelho que seria usado para dar vida ao primeiro modelo da empresa.

O formato é semelhante ao que foi adicionado no Redmi 9A, algo que até hoje ainda causa indagação na cabeça de quem comprou o smartphone da Xiaomi.

Na lateral esquerda está a gaveta de chips híbrida, possibilitando a inserção de um chip na aba principal enquanto a segunda se divide entre mais um acesso para operadora e o cartão microSD, sendo necessário escolher qual deles vai ser instalado.

O TecToy On traz Bluetooth 5.0, uma grande vantagem pelo fato da empresa fornecer fones TWS na embalagem, possibilitando explorar esse tipo de conexão com um equipamento disponibilizado pela própria marca.

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Outra opção interessante é a presença do NFC, que permite o pagamento de compras via aproximação, uma tecnologia que está cada vez mais popular.

O WiFi 802.11b/g/n não é dos melhores, pois só consegue captar banda de 2,4 GHz, e, mesmo assim, o sinal fica inferior à entrega real.

Tela

A tela do TecToy On é IPS LCD de 6,22 polegadas, um tamanho semelhante ao que está sendo implementado por diversas fabricantes. A resolução é HD+ de 720 x 1520 pixels, uma qualidade que é muito utilizada em celulares de entrada, sendo algo inesperado em um modelo que se caracteriza como intermediário, mesmo que seja mais simples.

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Em relação à visibilidade de conteúdo, os pixels ficam muito aparentes neste tipo de material do display, mesmo que a mídia ou jogo esteja sendo transmitia em uma qualidade acima do padrão, mostrando uma clara inferioridade.

Em uso externo, a luminosidade é OK, mas é necessário deixar o brilho da tela no máximo para fácil identificação dos elementos que estão sendo exibidos, e isso pode ser considerado um ponto negativo para quem precisa ficar alterando o tempo todo a quantidade de luz gerada.

Algo que eu notei e achei estranho é a alteração automática no brilho com a opção desativada do sistema. Acredito que pode ser um bug, mas a TecToy não está atualizando o aparelho, então uma possível correção disso ainda não chegou para ele.

A tela tem 60 Hz, uma taxa de atualização simples e esperada para a categoria, sendo mais do que suficiente para o celular com esse display. No topo ainda está presente o entralhe em gota, onde está a câmera para selfies.

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Configuração e Desempenho

O TecToy On conta com o sistema operacional Android 10 puro, sendo uma alternativa interessante para os usuários que estão sempre buscando maneiras de fugir das personalizações de interface disponibilizadas no mercado.

Mas não se engane, pois ele só é 100% puro na teoria, tendo diversas personalizações perceptíveis no menu de atalhos, aplicativo de câmera e alguns jogos pré-instalados, que podem ser removidos para não ocuparem um espaço desnecessário.

Porém, mesmo com essa vantagem, a empresa parece não estar preocupada em entregar a melhor experiência em segurança, já que não faz atualizações no patch padrão do sistema desde o mês de fevereiro.

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Na interface, mesmo prometendo um visual mais clean, existem algumas opções adicionais que podem ser importantes, como um atalho para tirar prints que evita acionar constantemente os botões laterais para tal.

Além disso, existe um gravador de tela para que jogos e outros tipos de conteúdo sejam reproduzidos. Uma desvantagem é que ele grava os sons externos ao invés do áudio que é tocado internamente, como alguns intermediários da Xiaomi e Samsung proporcionam.

Esta alternativa só está disponível porque o chipset implementado nele proporciona essa vantagem, que é o MediaTek Helio P22, que dá um desempenho dentro do esperado para a velocidade mínima de uso diário.

Obviamente que os 4 GB de memória RAM são uma limitação para o uso com diversos apps abertos no modo multitarefas, mas dá para ter uma navegabilidade aceitável ao entender como administrar essa configuração.

Em adição, uma grande vantagem é a memória interna de 128 GB, dando bastante espaço para salvar mídias e fotos. Isso evita a necessidade de adição do cartão de memória para adicionar mais uma opção, mesmo tendo esse suporte.

Segurança

Apesar de estar começando no mercado mobile, a TecToy conseguiu entregar algumas alternativas de biometria que já possuem popularidade e proporcionam diferentes formas de debloqueio do smartphone.

A mais utilizada e interessante é o leitor de digitais, que possui uma boa velocidade e consegue identificar rapidamente quando o dedo é colocado no sensor, que está localizado na parte traseira do dispositivo.

Outra opção é o leitor facial, mas esse deixa a desejar por demorar mais de 1 segundo para terminar de realizar a identificação e mostrar a tela do celular desbloqueado, sendo dispensável no dia a dia.

Câmera

O TecToy On conta com um conjunto triplo de lentes na traseira, que prometem dar qualidade e versatilidade para os usuários na hora de fotografar.

Câmera principal

A câmera principal é de 48 MP com abertura f/1.8, onde a teoria diria que a qualidade dela é ótima. Mas, na prática, essa característica é bem diferente, já que a lente parece ter uma resolução menor quando de trata na forma como a foto é processada.

Uma saturação tenta fazer a compensação para dar mais nitidez e isso é perceptível na mudança de tom de alguns elementos capturados, como folhagens, roupas e pele.

Câmera ultrawide

A câmera ultrawide de 5 MP e abertura f/2.2 faz fotografias destorcidas nas pontas e com um excesso de brilho que ilumina partes desnecessárias.

Quando são fotos de ambientes, o céu sofre bastante com a luz desequilibrada, e qualquer objeto que esteja próximo a um ponto de iluminação acaba sendo afetado.

Câmera macro

O modo macro é feito por meio da lente de 2 MP presente no aparelho, mas o resultado são imagens um pouco tremidas e abaixo do que outros modelos com a mesma resolução entregam.

A saturação é forçada e isso gera mais ruído do que o esperado, já que a abertura f/2.4 ajudaria na entrada de luz para evitar esse defeito.

Modo retrato

Apesar de fazer o modo retrato via software, com a condição de luz ideal o TecToy On consegue ser um dos melhores celulares na faixa de preço até R$ 1.000 neste quesito.

Inclusive, quando se trata de contorno, consegue superar modelos até mais caros, como os celulares da linha Redmi Note 10.

Câmera Frontal

A câmera frontal de 8 MP e abertura f/2.0 tem um resultado até melhor do que o esperado para esta resolução.

Mas, mesmo assim, a lente apresenta o mesmo problema da câmera principal na traseira, que é a entrada excessiva de luz, atrapalhando o equilíbrio entre objeto principal e o fundo.

O modo retrato não funciona bem, e isso o deixa abaixo do que a principal entrega, com contornos estranhos, onde o desfoque é maior na pessoa do que no fundo em si.

Vídeo

Fazer vídeos com o TecToy On não é uma boa experiência, pois a resolução 1080p a 30 fps fica bem aquém do que concorrentes na mesma faixa de preço entregam.

Falta estabilidade de imagem para deixar as filmagens mais fluidas, e isso faz o resultado ser cheio de tremidas que poderiam ser evitadas se o recurso estivesse presente.

Sistema de Som

O sistema de som desse aparelho é “uma pegadinha”, pois na construção existem duas saídas de áudio na parte inferior, algo que pode dar a falsa impressão dele ser estéreo no primeiro contato do usuário com o TecToy On.

Porém, no uso prático, o smartphone é mono, pois somente uma das saídas funciona de fato e faz a transmissão desse som de maneira bem direta, sem qualquer tecnologia adicional para dar um pouco mais de “envolvimento auditivo”.

Quem é mais exigente e escolhe utilizar o alto-falante vai ter uma experiência de som negativa. Ele não possui nenhum tipo de grave ou agudo adicional, sendo mais voltado para os tons médios, conseguindo deixar até o bumbo de uma bateria sem um “punch”.

Algo inesperado e muito positivo, é que a fabricante disponibiliza na caixa do celular os fones de ouvido Bluetooth TecToy BT-TT80. Ele tem um som bem próximo do alcançado nos aparelhos TWS Redmi AirDots S e Realme Buds Q, mas ainda consegue entregar um pouco mais de graves.

A assistente de conexão fala em português, o que já é uma vantagem para quem não tem conhecimento de outros idiomas. Além disso, a bateria tem uma boa durabilidade, oferecendo autonomia maior que 5 horas, mesmo prometendo apenas 4 horas.

Os fones ainda trazem proteção IPX4, conseguindo resistir a respingos de água e contatos mais leves com o líquido. E, para completar, ainda traz uma capa com opção de carregamento por até quatro vezes.

Bateria e Carregamento

A TecToy é uma empresa que fabrica videogames, mas o celular deles não é e nem pode ser considerado como gamer. Porém, ele pode ser considerado um modelo com autonomia de longa duração, algo que o público espera ter.

Nas especificações ele conta com 4.000 mAh de bateria, o que pode ser considerado baixo para os padrões atuais, mas na prática acaba tendo autonomia acima do esperado para essa capacidade, proporcionando uma boa usabilidade no dia a dia.

Ele tem uma falha grave na parte de carregamento, pois ele traz na caixa um carregador de 10 W e isso na prática proporciona uma recarga muito lenta, demorando 1 hora para alcançar 50% de capacidade.

O ciclo total demora uma média de 3 horas, um tempo inimaginável para um celular nos tempos atuais. Este problema pode estar relacionado com o conector microUSB, onde a transmissão de dados é mais lenta e, consequentemente, o carregamento é influenciado.

Testes práticos

Para esses testes, o foco é mostrar uma base do que se pode esperar do aparelho, o padrão dos testes se baseia em três tipos de uso mais comuns: jogos, streamings, onde foram testados os mais populares, sendo gastos 1 hora em cada game e visualização de vídeos, e o formato usual, que mescla redes sociais e outras opções de navegação.

A simulação tem como fonte o uso prático de grande parte das pessoas, com o brilho da tela foi ajustado para 50%, focando em passar uma experiência de uso dentro do formato rotineiro.

Porém, para o terceiro, foi necessário recarregar o smartphone até a bateria chegar em 100% para posteriormente zerar e dar uma estimativa do tempo necessário para tal. Sendo assim, as informações citadas disponibilizaram os seguintes resultados:

Teste número 1 - Jogos

  • Asphalt 9: o consumo foi de 12% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 8 horas
  • Call of Duty Mobile: o consumo foi de 17% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 5 horas e 30 minutos.
  • Free Fire: o consumo foi de 12% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 8 horas.
  • PUBG: o consumo foi de 14% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 7 horas.
  • League of Legends: Wild Rift: o consumo foi de 9% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 11 horas.
  • Crash On The Run: o consumo foi de 9% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 11 horas.

Teste número 2 - Streamings de vídeo variados

  • Netflix: a reprodução de série gera o consumo de 6% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 16 horas e 30 minutos.
  • Disney Plus: a reprodução de série gera o consumo de 6% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 16 horas e 30 minutos.
  • Amazon Prime Video: a reprodução de série gera o consumo de 6% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 16 horas e 30 minutos.
  • YouTube: a reprodução de série gera o consumo de 8% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 12 horas e 30 minutos.

Teste número 3 – Navegação geral

Usando de maneira normal, navegando entre apps de rede social na conexão WiFi e jogando, o resultado prático mostrou um registro de 1 dia e 11 horas de bateria.

Mas, é importante deixar claro que o tempo de tela ligada, no caso, foi de 8 horas e 37 minutos, um período que mostra uma autonomia boa, mas que poderia ser maior por não ter interface customizada.

Concorrentes Diretos

No Brasil, o grande concorrente do TecToy On é o Moto E6s, trazendo configurações de desempenho semelhantes mas perdendo em alguns quesitos que mostram o bom trabalho da fabricante de videogames em conjunto com a TCL.

O novo intermediário brasileiro possui mais memória RAM e armazenamento interno, além de conseguir fazer um trabalho mais competente com as câmeras, que trazem uma resolução maior e entregam mais qualidade, quando comparadas com o modelo da Motorola.

Ainda na Motorola, uma opção um pouco acima é o Moto G9 Play, que traz um pouco menos de armazenamento interno, mas ainda entrega câmeras melhores e possibilita uma experiência melhorada graças ao Snapdragon 662.

Outro celular que também pode ser considerado um oponente à altura do TecToy On é o Redmi 9C, onde este disponibiliza como vantagem os recursos da interface da Xiaomi MIUI 12, mas perde em qualidade de imagem.

Em contrapartida, esse sistema customizado influencia diretamente na fluidez do aparelho, e neste quesito o “Android Puro” do concorrente da fabricante nacional também consegue se destacar.

Conclusão

O celular intermediário TecToy On é uma opção que pode ser desconsiderada como uma alternativa positiva em território nacional. Ele possui mais defeitos que qualidades, e isto faz dele uma opção dispensável para quem está em busca de um smartphone para uso a longo prazo.

A tela não é um ponto forte, conseguindo deixar os pixels nítidos, principalmente em jogos. E por falar em games, jogar nele é uma experiência que vai depender do tipo de jogador que você é, porque dá para aproveitar diversos títulos, mas os famosos battle royale só rodarão bem em baixa qualidade. Porém, para jogos casuais, não há do que reclamar.

As câmeras possuem uma diferença grande de iluminação quando se muda a opção de lente sendo utilizada, e isso mostra que vai ser preciso decidir entre ter uma imagem de qualidade OK para editar depois ou sacrificar esse quesito por uma luminosidade melhorada no momento da captura.

De modo geral, ele é um bom celular, mas atualmente não é muito recomendável por estarem surgindo opções melhores nesta faixa de preço, e até focando em uma categoria um pouco superior.

Obviamente que o preço atual, por volta de R$ 900, chama a atenção, mas é melhor escolher uma marca que priorize mais otimizar o sistema a longo prazo, mesmo sacrificando memória RAM e espaço interno, como Moto G9 Play, principalmente levando em conta alguns bugs que poderiam ser resolvidos com updates.

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