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O mercado de celulares está estagnado?

Por| Editado por Léo Müller | 19 de Dezembro de 2022 às 14h07

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Victor Lenze - Canaltech
Victor Lenze - Canaltech
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O ano de 2022 foi pouco animador para quem gosta de acompanhar o mercado de celulares. Além das poucas novidades, alguns dos principais lançamentos das principais fabricantes são nada mais do que pequenas atualizações dos modelos de 2021.

A Apple foi a grande decepção do ano com seus lançamentos recauchutados, mas não é a única. Samsung não empolgou com seus intermediários, enquanto a Xiaomi, apesar da surpresa na parceria com a Leica, também ficou meio esquecida.

Eu até poderia dizer que a Motorola conseguiu bons avanços este ano, mas a linha Moto G empolgou pouco. Mas a linha Edge 30 também apareceu como boa surpresa.

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Será que o mercado de celulares está estagnado? O que significam esses poucos avanços ao longo de 2022? Estas são questões que vou tentar esclarecer nos próximos parágrafos.

Chip da Apple não tem mais para onde avançar?

Um dos sinais de estagnação do mercado de celulares é o avanço pequeno do chip A16 Bionic, da Apple. Comparado a seu antecessor, o ganho de velocidade no processamento de dados e renderização gráfica é quase imperceptível.

A própria Maçã optou por comparar os avanços do A16 com o A13, de 2019, durante a apresentação do iPhone 14. Por quê? Simples, porque o novo chip tem apenas 12% a mais de pontuação no teste de múltiplos núcleos do Geekbench, sendo que o esperado era de 20% para cima.

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Por outro lado, os chips das fabricantes que usam o Android tiveram boas melhorias. O Snapdragon 8 Gen 1 é mais estável e econômico que o Snapdragon 888. O Google também conseguiu um bom avanço com seu Tensor G2. Mas nada disso resultou em novos recursos palpáveis para o usuário comum.

Agora, é verdade que os processadores Android ainda estão um pouco longe do A16 Bionic, da Apple. Ou seja, a Maçã parece ter alcançado um nível que não será fácil superar, o que deve dar um tempo para a Qualcomm, MediaTek e outras tentarem reduzir a distância.

Se alguém pode ficar estagnado e confortável por uns anos, é a Apple.

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Poucos avanços em 2022

É inegável que o ano de 2022 teve poucos avanços em telefonia móvel. Começamos a ver um domínio maior dos modelos 5G, mas ainda saíram muitos celulares com 4G e especificações pouco interessantes. Isso inclui a linha Moto G, alguns intermediários da Samsung e até da Xiaomi.

Vamos começar pelos Moto G. A Motorola lançou três modelos praticamente idênticos: Moto G32, G42 e G52 têm poucas diferenças entre si. E, mesmo entre os modelos com 5G, só o Moto G82 chama alguma atenção — até mesmo o Moto G200 decepciona um pouco por conta da tela LCD.

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Falando em Samsung, a linha Galaxy A 2022 também trouxe poucas novidades. Até mesmo a linha Galaxy M teve poucos destaques, apesar de o Galaxy M23 ser um dos melhores celulares baratos do ano.

Na Xiaomi, a linha Redmi Note ficou esquecida em boa parte das listas de melhores celulares que fizemos ao longo do ano. A geração Note 11, inclusive, ficou abaixo dos antecessores em câmera, e praticamente não trouxe melhorias em tela ou processamento.

Para finalizar esta parte, deixo uma pergunta: quais celulares topo de linha realmente se destacaram em 2022? Quantos modelos você consegue listar que trouxeram inovação ou algum aspecto realmente empolgante?

Eu listo Galaxy S22 Ultra, por conta da caneta S Pen, e o Motorola Edge 30 Ultra, que foi uma excelente surpresa da empresa de origem americana. De resto, são mais do mesmo lançado em 2021, com um novo chip e alguma novidade em câmera ou tela.

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O mercado de celulares está estagnado?

A minha intenção neste texto não é dizer que os celulares lançados em 2022 sejam ruins. Pelo contrário, eu tenho até alguma dificuldade em listar os aparelhos lançados ao longo do ano que realmente não valem a pena.

Meu ponto é que a grande maioria foi apenas uma pequena atualização em um ou dois aspectos quando comparado ao antecessor. E tem até exemplos que parecem mais um passo atrás, como o Galaxy A53, que tem desempenho decepcionante perto do Galaxy A52.

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Há duas possíveis explicações para o mercado de celulares ter ficado estagnado. A primeira é a crise dos chips, que aparentemente foi superada — ou, pelo menos, saiu dos noticiários. A segunda é um possível atraso na pesquisa e desenvolvimento das empresas, por conta da pandemia.

Este segundo ponto não afetou muito os lançamentos de 2021 devido ao planejamento de longo prazo das empresas, mas em algum momento era de se esperar uma redução no ritmo. Agora é ver se, em 2023, teremos lançamentos mais empolgantes, ou se a estagnação continuará a reinar.