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Review OnePlus Nord CE 2 | Bom intermediário com poucos pontos fracos

Por  • Editado por Léo Müller

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Review OnePlus Nord CE 2 | Bom intermediário com poucos pontos fracos
Review OnePlus Nord CE 2 | Bom intermediário com poucos pontos fracos
OnePlus Nord CE 2

O OnePlus Nord CE 2 é um dos representantes intermediários de segunda geração da empresa chinesa. Desenvolvido para oferecer experiência um pouco mais modesta, mas com um custo mais baixo, o aparelho tem uma difícil missão: suceder um bom modelo com tela OLED e suporte ao 5G.

Para isso, a empresa mexeu pouco. Deu uma mexida no visual, atualizou o hardware e manteve as principais características: suporte ao 5G, tela OLED e bateria com boa capacidade. Além disso, aposta em correções de software para entregar um pouco mais do que já ofereceu anteriormente.

Mas será que o OnePlus Nord CE 2 consegue ser um bom substituto para o já interessante OnePlus Nord CE? O Canaltech testou o celular e eu vou falar tudo sobre o aparelho a seguir.

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Compre o OnePlus Nord CE 2

Prós

  • Conjunto equilibrado
  • Duração de bateria superior aos concorrentes
  • Recarga veloz com até um dia de uso em 10 minutos
  • Suporte ao 5G

Contras

  • Sistema de som mono
  • Câmera frontal e gravação de vídeos
  • Compra apenas via importação

Design e Construção

  • Dimensões: 160,6 x 73,2 x 7,8 mm
  • Peso: 173 gramas

O OnePlus Nord CE 2 é consideravelmente diferente de seu antecessor, muito devido ao conjunto de câmeras. A empresa chinesa optou por lentes gigantescas na traseira, além de um módulo que, apesar de protuberante, faz parte da tampa traseira.

Com isso, o visual fica bastante interessante, apesar de não ser tão incomum hoje em dia. A Motorola já utiliza a tampa traseira única em alguns modelos, e tanto a Huawei quanto a Xiaomi já lançaram celulares com lentes gigantescas no ano passado.

Na frente, a câmera de selfies fica no canto superior esquerdo, igual ao OnePlus Nord CE. Além disso, a tela AMOLED tem excelente aproveitamento.

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O Nord CE 2 ainda tem botão de energia no lado direito, e volumes no lado esquerdo. Na parte inferior ficam o conector de fone de ouvido e USB-C, além de um microfone e saída de som. A gaveta de chips é compacta, mas tem espaço para dois nano SIM e um cartão micro SD. Isso mesmo, nada de slot híbrido.

Este modelo tem acabamento em plástico nas laterais e traseira, e vidro em toda a parte frontal. Não há proteção contra água ou poeira. E vem com uma capinha de TPU transparente fosco na caixa.

Tela

  • Tamanho: 6,43 polegadas, 99,8 cm² de área, ~84,9% de ocupação;
  • Tecnologia do painel: AMOLED;
  • Resolução e proporção: Full HD (1080 x 2400 pixels), 20:9;
  • Densidade aproximada: 409 pixels por polegada;
  • Extras: 90 Hz, HDR10+.
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A tela do OnePlus Nord CE 2 é a mesma de seu antecessor, com painel AMOLED, 6,43 polegadas, resolução Full HD e taxa de atualização de 90 Hz. Em resumo, uma tela com bom brilho e contraste marcante, nitidez bacana e suavidade de movimentos ampliada.

É um bom display para usar em quase todos os cenários do dia a dia. Só achei o brilho um pouco mais baixo que o normal para telas OLED, mas não chega a ficar ruim de usar embaixo da luz do sol.

Assim como na primeira geração, não há taxa de atualização variável: ou você escolhe a alta, em 90 Hz, ou a baixa, em 60Hz. Com a mais alta, o consumo de bateria será maior, mesmo que alguns apps limitem em 60 Hz por conta da compatibilidade. E lembrando que vídeos têm suavidade específica, geralmente de 30 fps.

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Inclusive, eu testei bastante a suavidade em jogos, com títulos compatíveis com os 90 Hz. E tanto Alto’s Odyssey quanto CSR Racing 2 e Subway Surfers conseguiram manter a boa fluidez durante toda a jogatina.

Outro recurso de tela disponível é o Always On, chamado aqui de Tela Ambiente. No entanto, pelo que eu testei, o consumo de bateria aumenta bastante durante o standby quando ele é ativado — vem desligado por padrão.

Configuração e Desempenho

  • Sistema operacional: Android 11 sob OxygenOS 11;
  • Plataforma: MediaTek Dimensity 900 (6 nm);
  • Processador: Octa-core (2x 2,4 GHz Cortex A-78 + 6x 2,0 GHz Cortex-A55);
  • GPU: Mali-G68 MC4;
  • RAM e armazenamento: 6/128 GB, 8/128 GB.
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A segunda geração da linha intermediária da OnePlus traz um salto considerável em processamento. Além de ter um chip que alcança quase o dobro da pontuação em benchmarks, o dispositivo também usa memória RAM mais veloz, e isso deve ser sentido pelo usuário.

De maneira geral, o OnePlus Nord CE 2 é bastante veloz e fluido para um celular da categoria intermediária. Mas ele pode demorar um pouco para mostrar o seu potencial total. Curiosamente, senti algumas travadas no primeiro dia com ele, mas depois de algum tempo o desempenho melhorou bastante.

Certo, o celular se sai bem nas tarefas do dia a dia, mas e nos jogos? Também dá para extrair bastante coisa deste smartphone, com uma jogatina bastante fluida mesmo em alguns títulos mais pesados. Porém, claro, não espere um desempenho fantástico com gráficos no máximo em todos, ok?

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Em alguns casos, uma pequena redução pode ser útil para garantir a melhor fluidez. É bom ter em mente que este não é um celular topo de linha, mas sim um intermediário. E, por isso, possui uma limitação maior em hardware.

E você consegue ver isso com maior facilidade pelos resultados em benchmarks. O OnePlus Nord CE 2 fica bem à frente de seu antecessor, com um desempenho quase 80% melhor no 3D Mark. Porém, um topo de linha tem resultado até quatro vezes superior ao intermediário da OnePlus.

O celular da empresa chinesa chegou a 1990 pontos com 11,9 fps no Wild Life Unlimited, e 578 pontos com 3,5 fps na versão Extreme. A primeira geração ficou com 330 pontos e 2 fps no mesmo teste, considerando a versão mais exigente.

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Importante lembrar que o fato de ter uma pontuação quatro vezes mais baixa que os topo de linha não significa que o desempenho é quatro vezes pior. O aparelho roda com boa fluidez e é isso o que importa.

Bom notar que este modelo já está pronto para o 5G, e pode ser uma boa opção para quem quer um celular para ficar muitos anos.

Usabilidade

A OxygenOS já foi considerada a interface mais leve e otimizada para celulares Android. Ela deu uma decaída nos últimos anos, mas ainda consegue entregar uma excelente experiência geral.

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O maior problema aqui é a versão do sistema e da interface. O Android 12 já está disponível há algum tempo, mas o Nord CE 2 — lançado em fevereiro de 2022 — ainda está com o Android 11 instalado. Ele deve ser atualizado no segundo semestre.

Já mencionei a presença da Tela Ativa, mas há outros recursos interessantes neste aparelho. De mais importante, o leitor de impressão digital fica na tela, na parte inferior. A leitura é rápida e com boa precisão. Há também NFC e gravador de tela nativo.

Câmeras

  • Principal: 64 MP, abertura f/1.8, auto foco;
  • Ultrawide: 8 MP, abertura f/2.2, campo de visão de 119º;
  • Macro: 2 MP, abertura f/2.4;
  • Selfies: 16 MP, abertura f/2.4;
  • Vídeos: 4K a 30 fps (máx., principal), 1080p a 60 fps (máx., frontal).
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O conjunto fotográfico do OnePlus Nord CE 2 não é dos melhores, mas dá para o gasto. O aparelho tira boas fotos especialmente em cenários com boa iluminação, mas peca bastante com pouca luz.

Há um modo noturno disponível, que faz uma boa correção, tornando a imagem mais clara sem perder nitidez nem adicionar ruídos. Mas o foco, que já não é tão preciso com iluminação favorável, tem grande dificuldade em encontrar o objeto em locais escuros. Geralmente é só dar um toque na tela no local certo para resolver.

Eu testei bastante as câmeras do OnePlus Nord CE 2 e achei que até mesmo a macro pode surpreender. Claro que a dificuldade em acertar o foco é bem maior, mas uma boa dose de paciência pode render fotografias incríveis.

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A ultrawide já deixa a desejar mesmo com uma redução pequena na luz. E à noite, é difícil tirar boas fotos mesmo ativando o modo noturno. As imagens ainda ficam escuras e, ainda pior, com as cores bem apagadas.

Bom lembrar que trata-se de um celular intermediário, e minha análise se baseia nisso. Ele não compete com modelos topo de linha quando falamos em qualidade das câmeras.

Selfies e gravação de vídeo

Já as selfies, me decepcionaram um pouco. Foi bem difícil tirar boas fotos com a câmera frontal, mesmo em ambientes bem iluminados. Você precisa se atentar às fontes de luz do ambiente e se posicionar de modo que não tenha contra-luz e que o seu rosto esteja bem iluminado.

Com pouca luz, é quase impossível conseguir uma selfie decente. No geral, dá para o gasto, mas aí você tem que colocar em prática um bom olhar para conseguir imagens bacanas.

O modo retrato não funciona muito bem. Fica pior nas selfies, mas na principal já apresenta bastante falhas. Acho mais interessante deixar o desfoque natural nas imagens, bem fácil de conseguir na principal, se você se aproximar bem do objeto fotografado — o que nem sempre é possível.

A gravação de vídeo é apenas razoável, com boas estabilização e nitidez. Mas o OnePlus Nord CE 2 peca ao exagerar na claridade, o que pode deixar algumas áreas do quadro estouradas. Isso vale tanto para a câmera principal quanto para a frontal. A captação de áudio também não é das melhores, fica um ruído constante.

Sistema de Som

O Nord CE 2 repete seu antecessor com um sistema de som mono. A boa potência se mantém, e novamente é possível notar algumas distorções em volumes mais altos. Ao menos no médio fica mais aceitável, melhor que o modelo da primeira geração.

Ao menos há um conector de fone de ouvido, além do Bluetooth para conectar dispositivos de áudio externos sem fio. Seja como for, o áudio não é um dos pontos fortes deste celular, mas não chega a comprometer.

Bateria e Carregamento

  • Capacidade de carga: 4.500 mAh;
  • Recarga: até 64 W com fio.

A bateria é, possivelmente, o grande ponto alto deste celular. Com 4.500 mAh, o OnePlus Nord CE 2 consegue entregar tempo de uso superior aos concorrentes com 5.000 mAh. Além disso, seu carregador é potente e faz a recarga total em menos de uma hora.

Nos dois testes que realizei para observar o consumo de bateria do smartphone, os resultados foram satisfatórios. Na reprodução de vídeo, a estimativa ficou em mais de 27 horas. Sobraram 89% de carga nas três horas de Netflix com brilho da tela em 50%.

E o teste de uso real confirma esse bom tempo de uso no celular da OnePlus. Com 7 horas fora da tomada, o dispositivo perdeu apenas 23% da carga, uma média de 3,3 pontos percentuais de consumo a cada hora.

Mantendo essa média, o smartphone poderia entregar mais de 30 horas longe da tomada. Mas isso poderia até aumentar, já que haveria o período de sono da noite no meio do caminho, quando fica em standby e reduz bastante o consumo. O aparelho ficou em uso por 3,5 horas.

No teste, foram usados aplicativos comuns da atualidade, incluindo redes sociais, navegação na internet, reprodução de vídeos e músicas e até alguns jogos. O consumo pode ser maior dependendo da exigência do hardware: quanto mais jogo, por exemplo, menor o tempo longe da tomada.

E aí chegamos à recarga. A OnePlus diz que seu carregador de 65 Watts, que vem na caixa do Nord CE 2, consegue preencher a bateria de 0% até 100% em apenas 32 minutos. Mas não foi o que eu vi. O dispositivo precisou de 40 minutos para fazer a recarga completa. Não está ruim, de qualquer forma.

Em apenas 5 minutos, a bateria já havia saltado para 15%. Em 10 minutos, já estava em 32%. Nos 32 minutos esperados, o preenchimento da carga havia chegado a 92%.

Concorrentes Diretos

O OnePlus Nord CE 2 é um dos mais modestos celulares da marca chinesa, mas isso não significa que ele seja concorrente de modelos menos potentes de outras fabricantes. Ele concorre em pé de igualdade com aparelhos intermediários mais completos, como o Galaxy A53, Moto G71, Redmi Note 11 Pro 5G e Realme 9 Pro+.

O celular da Samsung possui um chipset diferente, o Exynos 1280, próprio da sul-coreana. Mas entrega desempenho equivalente, e ainda tem um bom conjunto de câmeras, além de uma das melhores telas da categoria. Só perde mesmo no tempo de uso, um pouco inferior ao Nord CE 2.

O Moto G71 já tem o Snapdragon 695, que também é equivalente em desempenho ao Dimensity 900, e tela semelhante à do modelo da OnePlus. O smartphone da Motorola tem câmeras um pouco inferiores, bateria com duração um pouco menor.

O Redmi Note 11 Pro 5G é bem próximo ao Moto G71, também com o Snapdragon 695 e duração de bateria semelhante. O conjunto de câmeras é um pouco melhor que o da Motorola, mas ligeiramente inferior ao Nord CE 2.

Por fim, o Realme 9 Pro+ tem o Dimensity 920, que é ligeiramente mais potente que o Dimensity 900, mas você quase não nota a diferença. As câmeras deste modelo são um pouco melhores que as do celular da OnePlus, mas ele peca bastante na bateria, com o menor tempo de uso de todos os citados.

Todos esses modelos têm preços que variam entre R$ 2.000 e R$ 2.500. Os chineses OnePlus Nord CE 2, Redmi Note 11 Pro 5G e Realme 9 Pro+ podem ser encontrados na faixa de R$ 1.600 via importação. Mas aí pode haver cobrança de taxas.

OnePlus Nord CE 2 5G vale a pena?

O OnePlus Nord CE 2 tem uma proposta simples: oferecer experiência razoável a preço mais baixo. Para isso, tem hardware mais modesto que celulares topo de linha e conjunto fotográfico intermediário.

Mas o celular atende bem à própria proposta e deve satisfazer o usuário que prefere apostar em um modelo chinês importado em vez de confiar na garantia dos smartphones vendidos oficialmente no Brasil. Pelo preço pode valer bastante a pena, ainda mais se considerar que dá para usá-lo tranquilamente por até 3 anos.

O grande ponto forte do Nord CE 2 é seu tempo de uso. A bateria dura mais que os principais concorrentes, e ainda tem uma recarga bastante veloz. Mesmo que não chegue ao tempo divulgado pela fabricante, ainda fica abaixo de uma hora, e dá para ter um dia de uso com apenas 10 minutos na tomada.

Outros fatores que pesam a favor são o processador veloz e estável para um intermediário, e o conjunto de câmeras. Neste segundo caso, porém, as fotos com baixa luminosidade podem não agradar tanto. E a gravação de vídeo ficou devendo um pouco, a meu ver.

É difícil apontar pontos fracos. O sistema de som mono pode ser um deles. A câmera frontal pode ser outro, apesar de não ser de todo ruim — com paciência, dá para tirar boas selfies. A tela poderia ter brilho um pouco mais intenso para uso em ambientes externos, mas ainda assim oferece um nível de conforto melhor que displays LCD.